"I wish to live deliberately, to front only the essential facts of life. I wish to learn what life has to teach, and not, when I come to die, discover that I have not lived." Thoreau
Como a quase todos os que viram "O Clube dos Poetas Mortos" no estádio embrionário da adolescência, esta frase marcou-me. Vivi tudo na ânsia de não deixar nada escapar. Queria absorver a vida por todos os sentidos. Revoltava-me com o todo o tipo de proteccionismo, queria sair da redoma em que me haviam criado.
Dez anos volvidos desse meu despoletar violento para o mundo adolescente - podem não acreditar, mas até aos 15 anos era super tímida, caladinha e calma... - dou por mim completamente descarrilada. Sair da redoma, sentir o Mundo em todo o seu esplendor, cores e aromas, traz consigo a capacidade de nos magoarmos e ferirmos, muito mais do que alguma vez supus.
Hoje, vivo num estádio intermédio que rasa a insanidade. Por um lado continuo deslumbrada com tudo o que me rodeia e não quero perder um segundo - sei que a qualquer momento tudo pode acabar. Mas por outro lado vivo num pavor permanente de me magoar.
O expoente máximo deste modus vivendi é a relação com as pessoas que, mais cedo ou mais tarde, sei, me vão deixar. Pura e simplesmente desligo antes que tal aconteça. Fico como que vazia cada vez que estou na sua companhia. É um instinto que em vão tento contrariar. É que, como calculam, na era da globalização, em que todos querem trabalhar no estrangeiro, a sensação é um pouco angustiante....
1 Comments:
Como Tubarão que sou, percebo de dor. A dor faz parte da vida. É uma parte dela que custa, que se agarra teimosamente a nós e que demora a deixar-nos (se é que nos deixa de todo). Temos (não querendo parecer um ideólogo tântrico ou algo que o valha) de saber viver com essa dor, de não a temer, de a enfrentar quando é preciso. E é preciso fazê-lo muito mais do que se julga. Claro que é sempre mais fácil falar sobre isso...acho eu...
4:42 da tarde
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