Um espelho de tudo o que me vai pela cabeça

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Partir a Loiça

Antes de continuar a postar sobre a difícil arte de existir, gostaria só de responder a uma provocação:

1. A minha surpresa pelo facto de os geeks se zangarem (sobretudo entre eles) advém do facto de acreditar (de uma forma um tanto ou quanto naïve, confesso) que os geeks (informáticos, neste caso particular) são seres que se excluem do contacto com outras pessoas, substituindo o contacto humano pelo contacto com as máquinas.

2. Não me parece que discutir a marca do browser tenha sequer uma importância semelhante à de discutir a questão da liberdade de imprensa ou do choque de civilizações. Mas, e porque contrariamente ao que certas pessoas acreditam, sou bastante democrática, remeto a hierarquia das importâncias para a o território da subjectividade. E, parece-me, faz todo o sentido que para um geek (informático) a questão dos browsers seja tão importante quanto a questão da liberdade de expressão o é para um cidadão.

3. Não faço, de facto, puto de ideia do que seja o Firefox.

4. Não sei se tenho algum virús no meu PC. Mas enquanto a coisa funcionar, também não me chateio com isso - pelo contrário ando preocupada com as reacções do nosso governo à questão dos limites da liberdade de expressão. É daquelas coisas. No fundo, no fundo, todos temos coisas que nos tiram o sono, uns o firefox, outros os limites à nossa liberdade - talvez seja ligeiramente geek neste campo, admito.

5. Também não sei pôr música no blog. Mas não, não me apetece fazê-lo. Gosto do meu blog assim, meio arcaico. Aliás, se tal fosse possível, gostava de estar a ordenar as letras de metal numa prensa de Guttemberg e depois distribuir cópias pelos meus queridos leitores (mas se fizesse isso, não poderia trabalhar, nem fazer mais nada, portanto, abençoados geeks informáticos que me deram esta forma de expressão).

6. Nutro uma simpatia especial pela figura do geek. Mas do geek da velha escola. Que anda com os livros debaixo do braço e consegue citar Byron. Que gosta do cheiro a madeira envernizada das bibliotecas e amaldiçoa as editoras por terem parado de imprimir Gervásio Lobato. Era esse o tipo de geek que me inspira e atrai. Todos os outros são interessantes apenas como objecto de estudo do National Geographic.

7. O comentário do Miguel ao meu post foi de facto genial. Sobretudo para quem conhece a figura. No entanto, "os desonestos, os preguiçosos, os bandidos", não têm sorte nenhuma com a minha pessoa, já com os arrogantes e geeks de direita, a História tem sido outra.

Única Nota: deve ser lido com um tom jocoso (é a brincar, Carlos Paulo - escusas de vir para aqui partir a loiça).

 
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