Foi da luz. Branca e difusa. Numa corrente intermitente de azuis, amarelos e magentas. Não havia som. Era no silêncio que os minutos se moviam lentamente em direcção ao tempo infinito que não tínhamos. Os gestos eram confusos, nervosos, os teus olhos grandes, quase tão escuros como os meus, mas tinham um brilho verde que me hipnotizava. Falavas e tentava ler nos teus lábios palavras que não queria, que não sabia ouvir. Lembro-me de tentar sorrir e os músculos tremerem com o esforço. Apenas consegui um esgar estranho onde leste o que sentia. Foi um segundo. Menos talvez.
Assustei-me. Foi medo, acho. Talvez tivesse sido perfeito se fosse corajosa. Se não tivesses falado. Mas por um segundo, talvez menos não sei, senti um sopro feliz no rosto. Vi o que poderia ser e seria perfeito. Eu sei que tu sabes. Sei que o lamentas também. As palavras perdem-se e os momentos não. Não adianta a tristeza do fim, quando o começo foi no instante final. Queria que soubesses. Mas preferia que o tivesses sentido e sei que nunca o entendeste. Foi melhor assim. Afinal foi só um segundo. Menos talvez...
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