Sonhar
Tinha luz. Uma luz imensa e branca. A luz de Lisboa, que empresta o brilho do rio às paredes que toca. O chão de tábuas de madeira largas e escuras. Que rangem com os meus pés descalços e não os deixam arrefecer. A estante repleta de livros que nunca vi e a escada presa que me ajuda a folhear os livros da última prateleira. A mesa grande e com a toalha de linho muito branco, perfumada com alfazema. Todos, sentados muito direitos, sorriem para mim. Contam histórias leves, traços fugazes da sua infância incandescente. Sorrio sonhadora, alheia às palavras, deliciada com o ruído. Ajudo mãos inseguras, a segurar os grandes copos de leite que lhes deixam marcas que acho adoráveis ao redor dos lábios... E sou feliz só de olhar, só de sentir...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home