Eu e Bossa Nova
Não adoro. Mas de certa forma está-me entranhada na pele. Aquele choro baixinho com sabor de chuva miudinha que traz o cheiro do fim do Verão. E a minha Mãe adorava. Cresci também com Vinicius. Esta música vive mais que qualquer um deles, para lá da morte. Ficou retida no toque de paredes frias que não me canso de tocar.
A minha Mãe gostava. E naquela voz, mais sussurrada que cantada está um pouco dela. É uma música morna que aquece um dia frio que lá fora está quente. Que cala a chuva que não cai lá fora mas juro ouvir. Tem a calidez familiar de um gesto que afasta o cabelo da testa num toque feito de uma ternura imensa. Oiço uma e outra vez o mesmo CD enquanto leio o meu livro. E de repente as palavras que me cantam são mais visíveis do que as que leio. São palavras dela. São minhas, para mim. São nossas.
"E que ter medo de amar não faz
ninguém feliz"
Vinícius de Morais
2 Comments:
Amei.
És linda.
(já cheguei!)
11:44 da manhã
Muito bonito. Mesmo.
12:28 da tarde
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