OK
Larguei as fraldas, aprendi a andar, aprendi a falar (e como todos estariamos melhor se não me tivessem ensinado a falar). Fui mimada como filha única durante 5 anos. Brinquei às escondidas com a minha avó, adormeci enquanto me faziam vozes a lerem-me histórias. Fui para a escola, aprendi a andar de baloiço, de triciclo e de bicicleta. Aprendi a nadar e a jogar ténis. Aprendi que não tinha talento nem para o piano nem para o ballet. Quis saber tudo sobre dinossauros, vulcões e números. Descobri que a justiça é o meu valor de eleição. Fiz amigos que duram uma vida inteira e descobri que há amigos que ficam pelo caminho. Achei que podia viver sem amigos. Descobri que não podia viver sem amigos. Tive doenças estranhas de nomes esquisitos, descobri que era dada a doenças psicossomáticas. Entrei no liceu um bebé e saí de lá quase adulta. Joguei matrecos, ouvi música, apaixonei-me, morri de amores e ressuscitei milagrosamente, gozei, fui gozada, recebi cartas de amor, tentei descobrir como se pescam cartas de amor de um marco dos correios (quando alguém se arrepende de as mandar), cantei nas aulas, fui para a rua, refilei até mais não, chamaram-me "Mafaldinha". Ouvi Beatles num walkman amarelo, gravei e desgravei milhares de cassetes até fazer "A" cassete. Chorei com "As púpilas do senhor reitor" e ri-me com "um adolescente com a mania da saúde". Quis ser diferente e aprendi a fazer tricot e ponto de cruz por causa do "Luki-Live". Fui ao Benzina e ao T. Abri a pista no Rockline. Viajei com todos os meus amigos. Atiraram-me (várias vezes) vestida para uma piscina. Dormi num jipe no deserto. Apanhei neve numa viagem onde devia fazer praia. Fui a Taormina. Fui de muletas para Amsterdão e cheguei a correr ao nosso aeroporto. Vi um eclipse de sol total num campo de feno ao norte de Paris com vista para um bosque, um castelo em ruínas e bambis aos saltos. Entrei nos war cabinets do Churchill e vi como o mundo se comandava com pionaises. Vi o nascer do sol enquanto dançava no Algarve. Vi o nascer do sol ao pé do rio enquanto esperava um autocarro. Vi o nascer do sol em frente ao Lux enquanto aldrabava alguém sobre as cidades do lado de lá. Experimentei outras línguas (muchas gracias, ich danke Ihnen vielmals, takk De meget mye, thank you very much). Entrei na faculdade. Mudei de curso, mudei de vocação. Estive dois meses num jornal. Achei que ia para o desemprego. Descobri que o desemprego não é para mim. Chorei que nem uma perdida, ri que nem uma doida. Jurei que não ia chorar por nada que fugisse ao meu controlo. Quebrei promessas. Achei que era infeliz, descobri que podia ser o que quisesse. Descobri que não saber o que se quer é uma prisão e também uma liberdade.
Depois de uma noite bem dormida, fazer 25 anos não é assim tão mau. OK, não fiz (ainda) nenhum grande feito que deixe o meu nome nos anais da história, mas não se pode dizer que tenham sido 25 anos mal passados.
5 Comments:
And many more to go!!!!
O teu dia podia ser mto melhor se:
1.ligasses o telefone
2.lesses o mail
3.me ligasses para irmso cooortir por ai...
1:05 da tarde
Parabeeeeeeeeeeeeens!!!! Não tens telefone! Enfim, nunca deixei parabéns num comment mas... o mundo é composto de mudança, n é verdade? um GRANDE beijinho
1:11 da tarde
Se quiseres passar uma tarde de Sábado divertida, aparece no Teatro da Barraca, aos Sábados...agora fazem-se umas matinés bem engraçadas por lá...fica a sugestão!
6:25 da tarde
E poder falar contigo??? Ai o q vale é q s inventam novas formas d chegarmos às pessoas q são especiais p nós.
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!!!!!!
Espero q tenha valido este dia!
MIL BEIJOS
faus
11:40 da tarde
HAPPY BIRTHDAY TO YOUUUUUU! Ufa, fui a tempo por uns escassos 10 minutos!... A tua pesca de cartas de amor num marco de correio é absolutamente fantástica, amei, e definitivamente a marca de que podemos ser estupidamente felizes e é booom ser estupidamente feliz, fazer coisas boas e más, arriscadas e sensatas, acidentais ou intencionais. Continua:) Parabéns!
11:54 da tarde
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