Um espelho de tudo o que me vai pela cabeça

sábado, setembro 20, 2003

Há sonhos que parecem reais. Estão de tal forma impregnados de tudo o que desejamos, tememos, vivemos, que, ao acordar, parece que, de repente, já não somos os mesmos. Armazenamos uma serie de experiências que não vivemos, mas que sentimos. Criamos uma rede de conhecimentos virtuais. Acordamos perturbados com imagens que não nos saem da memória e cujo significado nos confunde. Já me aconteceu acreditar que o sonho era uma mensagem. Uma resposta. Um caminho. Já me aconteceu saber, no momento em que acordo, que o meu sonho se vai realizar. Por vezes é a vida que parece um sonho. Ou um pesadelo. Às vezes apetece-me, simplesmente, abrir os olhos e acordar. Às vezes tenho medo de abrir os olhos e acordar...

terça-feira, setembro 02, 2003

"Amar-se a si mesmo, é o início de um romance para toda a vida". Esta frase é de Oscar Wilde. E é sem dúvida uma das minhas frases preferidas. Resume toda a simplicidade que nós, humanos, gostamos de complicar. Passamos a vida à espera de alguém que nos complete. Conseguem ver o egoísmo da coisa? Não seria mais altruísta completarmo-nos e então sim, entregarmo-nos inteiros à pessoa amada. Será justo exigir que o Outro nos complete? Para amar, é preciso conhecer. E aqui reside o verdadeiro obstáculo. Quantas pessoas têm real noção daquilo que são? A maioria tende, naturalmente, a menosprezar-se ou a valorizar-se demais. Quando nos conhecemos, quando sabemos o que esperar de nós mesmos, então podemos dar o nosso melhor. Então estamos prontos. Podemos ser felizes. Podemos fazer alguém feliz. Podemos amar...
"Conhece-te a ti mesmo", já dizia Sócrates há tanto tempo quanto tempo o tempo tem...

segunda-feira, setembro 01, 2003

Segunda-feira. Por definição o dia mais neurótico da semana. É o dia em que o fim-de-semana não passa de uma miragem no calendário. Ou no filofax. Mas hoje, além de segunda-feira, é também dia 1 de Setembro. Para a grande maioria dos habitantes do planeta azul, o ano começa a 1 de Janeiro. Para mim começa hoje. O 1º de Setembro simboliza o regresso às aulas, o fim do Verão. Era nesta altura que comprava os livros, cadernos, lápis, canetas e toda uma panóplia de material escolar, que ao longo do ano se revelaria inútil, mas que me fazia feliz, só de olhar e imaginar tudo o que iria fazer com ela. Linhas e linhas de cadernos para encher com textos escritos numa letra insegura e esforçada, textos que falavam do tudo e do nada que ocupam lugar na cabeça de uma criança. Na minha cabeça. O cheiro das canetas de feltro e do papel dos livros acabados de imprimir, continuam a fazer parte do meu ano novo, que não começa nem com champanhe, nem com passas. Começa com o regresso a casa. Começa com o fim das férias. Mesmo que este ano não tenha tido férias. Mesmo que, para mim, as aulas só comecem em Outubro e para o meu curso só seja necessário um caderno e uma esferográfica. Mesmo assim o meu ano começa hoje. Hoje é o dia de todas as promessas, de todos os planos, de todos os sonhos. Este é o mês em que tudo nasce de novo. Onde eu começo de novo... E não deixo de me sentir rodeada de bouquets de lápis acabados de afiar...

 
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