Um espelho de tudo o que me vai pela cabeça

terça-feira, junho 28, 2005

Last Advice

Oiçam...

Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my thoughts
Let me sing you a waltz
About this one night stand

You were for me that night
Everything I always dreamt of in life
But now you're gone
You are far gone
All the way to your island of rain

It was for you just a one night thing
But you were much more to me
Just so you know

I hear rumors about you
About all the bad things you do
But when we were together alone
You didn't seem like a player at all

I don't care what they say
I know what you meant for me that day
I just wanted another try
I just wanted another night
Even if it doesn't seem quite right
You meant for me much more
Than anyone I've met before

One single night with you little Jesse
Is worth a thousand with anybody

I have no bitterness, my sweet
I'll never forget this one night thing
Even tomorrow, another arms
My heart will stay yours until I die

Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my blues
Let me sing you a waltz
About this lovely one night stand

Julie Delpy, Let me sing you a waltz

Interregno

Que em latim quer dizer entre reinados.

Pausa.

Silêncio por uns tempos, que quero um tempo só para mim.

Preciso de um espaço para escrever para mim e não tenho tempo para um diário.

Talvez um dia deixe o link...

domingo, junho 26, 2005

Olha Eu...

Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.

She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.

But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,

the pins stick farther in.

Tim Burton

(Aconselho vivamente que vejam aqui as ilustrações do poema acima tarnscrito... Sei que já devia ter instalado o programa para poder pôr imagens mas ainda não tive paciência... Já agora, comprem o livro. Eu adoro...)

Quest a mil à hora

Procuro a minha identidade recorrendo à minha memória. Tento lembrar-me das coisas que gostava e do que me fazia feliz. Descubro um padrão: todos os começos foram difíceis. Quando saí do colégio para o 5º ano chorei "porque queria voltar a ser criança". Da preparatória para o Liceu, o mesmo pesadelo: fui primeiro para uma escola que detestei e onde fui detestada. Depois mudei para o Liceu onde tinha aqueles que achava que eram os meus amigos e que afinal já tinham deixado de o ser. Os primeiros meses foram de novo um pesadelo, até que a pouco e pouco, as conquistei (até hoje, diga-se...). Quando entrei na faculadade ia com o ego no auge. Foi tudo maravilhoso no princípio, para mais tarde muita da ilusão se revelar isso mesmo. Mudei de curso. Nos primeiros meses desdenhei dos meus colegas, cega que ainda estava com a ilusão dos outros, dos primeiros. Mas depois, lentamente (nunca sou muito rápida nestas coisas), lá fiz amigos, espero que para a vida. No estágio anterior tive tipo 15 dias a fritar "que não, que não era aquilo que queria, que não que não gostava deles, que não que não gostavam de mim". Ao fim de três meses fiquei deprimida por sair e (acho...) deixei saudades. Agora, no new job, tudo de novo. Não sei se gosto, sei que não estou feliz ali, mas não sei dizer como vou estar amanhã... Odds are que sim, senhora, venha a gostar bastante daquilo, pois que só teve final infeliz a história que começou bem...

Pois eu que me acho tão incoerente afinal encontro tanta coerência na minha vida...

The Swinging Blue Hand

Há momentos gestos que nos alertam para a nossa mortalidade. Alheamo-nos do tempo que passa e corroi e um dia acordamos e não reconhecemos o rosto que nos devolve o espelho. Hoje, dei-me conta de que tenho lembranças com, pelo menos 20 anos.

Hoje, caminhando em busca de notícias, subindo uma rua que me viu crescer, com o Tejo de olhos nas minhas costas, dei por mim atrás da Morte. Não lhe vi a cara, só o corpo magro e pequeno. O cabelo cinzento, desgrenhado. O cheiro fétido e pestilento. Mas o gesto que me hipnotizou, que me prendeu ao chão quente do asfalto, foi o baloiçar da mão. Uma mão azul e retorcida, com os dedos disformes dispostos de uma forma impossível. Era uma mão grande que não tinha a proporção do corpo que a fazia baloiçar. E baloiçava com uma cadência certa, eterna e imutável. Com o ritmo do Tempo que passava, que passou.

Aquela mão podia agarrar-me ali, naquele instante. Podia render-me de vez ao compasso dos segundos que ela marcava, sem sequer me ver. Voltei a pôr os headfones e disparei rua acima. Desta vez escapei. Mas sei que o tempo marcará a minha mão de azul. E um dia serei eu a marcar este ritmo mórbido que anuncia o fim.

sexta-feira, junho 24, 2005

Confiança

Quando começarei a acreditar nas pessoas e não nas palavras?

quinta-feira, junho 23, 2005

É tão bom quando o calor aperta, sentir o refugio fresco, seguro e agridoce de um pensamento. Fechar-me sobre mim e esquecer-me do Mundo, deixar que o Mundo me esqueça. As palavras são ruídos longínquos, amordaçados, que faço questão de ignorar. À minha volta tudo é branco, tudo é nada, tudo é paz. Caminho com destino ao meu ninho dourado, às paredes que me devolvem o cheiro doce da minha vida de antes, dos meus dias cheios de uma certeza que se dilui nas horas e nas noites. Sinto o pó da estrada suja a colar-se na pele suada pelo calor sufocante e o vento refresca os meus cabelos baços.

É uma daquelas músicas doces, tristes, que gosto de ouvir debaix do edredon com cheiro a alfazema, enquanto a chuva cai. Baixo, muito baixinho, como se de uma ladainha se tratasse, trauteio, marcando o ritmo dos meus passos:

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

Para ouvir baixinho...

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

Antonio Carlos Jobim / Vinicius De Moraes

Oráculo

Sempre, mas sempre, que a minha vida está confusa, que me sinto perdida ou sem saber quem sou, em sonhos vejo a resposta...

segunda-feira, junho 20, 2005

Bom final

O fim-de-semana não foi dos melhores. O calor não incentivava ao trabalho que tinha de fazer. O sol distraia-me do computador que em vão tentava captar a minha atenção. Às 19 horas de Domingo mandei a miúda responsável que volta e meia desce em mim às urtigas e mandei-me para o paraíso. Não daqueles de palmeiras e riachos de água doce. Não daqueles em que tudo é perfeito e maravilhoso. Mas daqueles tão simples em que respiramos fundo e somos felizes. A noite de Lisboa estava cálida e agradável. A vista deslumbrante: o dia afundava lentamente no Tejo e a noite ia tomando o nosso castelo.

E por isso, hoje, a segunda-feira custa tanto...

sexta-feira, junho 17, 2005

Nova Vida...

Assim, com reticências, reticente... Assim, sem certezas nem verdades absolutas. Assim sem sentir, sem adjectivos... Assim, vazia...

terça-feira, junho 14, 2005

Razão

E eu como optimista, não entendo porque não me dão sempre razão...

Dar Razão à Fraulein...

Quando escrevi isto, não esperava que o meu optimismo fosse servido sem sequer precisar usar a minha mui rara paciência...

Acho que nós os optimistas temos a via verde dos anjos da guarda...

Quando morre um Homem...

... assim, raro. De ideais que apaixonam, de uma vontade férrea. De coragem. De uma coragem doce porque verdadeira e fria porque implacável. Há pormenores, detalhes, apaixonantes. O todo comove-me. Uma Vida feita de paixão, de ideais. De juras cumpridas e amores traídos. Um Homem assim é como o vento do Mar que nos beija o rosto e o deixa doce de sal.

Gosto daquela certeza absoluta do que é certo, mesmo que não seja. Da história da tese sobre o aborto apresentada a Marcello Caetano. A irreverência e a pureza deste acto.

Vão contar um dia que este Homem viveu o que quis, o que todos deveriamos querer: a liberdade.

Gostava de ser assim: tão livre e sem amarras. Feliz.

Por isso choro a morte de Álvaro Cunhal.

Sonhar

Tinha luz. Uma luz imensa e branca. A luz de Lisboa, que empresta o brilho do rio às paredes que toca. O chão de tábuas de madeira largas e escuras. Que rangem com os meus pés descalços e não os deixam arrefecer. A estante repleta de livros que nunca vi e a escada presa que me ajuda a folhear os livros da última prateleira. A mesa grande e com a toalha de linho muito branco, perfumada com alfazema. Todos, sentados muito direitos, sorriem para mim. Contam histórias leves, traços fugazes da sua infância incandescente. Sorrio sonhadora, alheia às palavras, deliciada com o ruído. Ajudo mãos inseguras, a segurar os grandes copos de leite que lhes deixam marcas que acho adoráveis ao redor dos lábios... E sou feliz só de olhar, só de sentir...

FDS e a Morte do Artista

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, junho 09, 2005

Uma Pergunta - Duas Respostas

Porque é que sou sempre trocada pelas apagadinhas?

1 - Gostas do tipo errado de homem.

2 - És o tipo errado de mulher. Tens de fingir que és apagadinha. Eles gostam...

quarta-feira, junho 08, 2005

A Ética e os Ovos

Será que comer ovos não é o mesmo que fazer um aborto? Porque não há comissões dos diereitos do zigoto pinto? No fundo o ovo enquanto valor comercial é ao mesmo tempo objecto de adopção (é vítima de abandono) e objecto de aborto.

Acho que é desta que não volto mesmo a comer ovos.

Razões pelas quais gosto mais da expressão "o mundo é uma uva" do que "o mundo é um ovo"

O Mundo é, de facto, um sítio pequeno. Somos sempre primos, amigo do amigo, conhecemos alguém que conhece alguém. Uma aldeola. Somos sempre observados em tudo o que fazemos por olhinhos que, longe de estarem indiferentes, sabem perfeitamente quem somos, de onde vimos e o que fazemos (sabem mais de nós do que nós mesmos...). Gosto de dizer que "o mundo é uma uva". Mas sempre que o faço, logo aparece alguém que diz "não, o mundo é um ovo". Ora aqui gostava de registar para a posteridade, as razões pelas quais gosto mais do mundo enquanto uva do que enquanto ovo.

1. Gosto mais de uvas que de ovos (desde que aos 10 anos tive um citomegalovírus alojado no fígado, nunca mais tive aquela boa relação com ovos que caracterizou os anos da minha infância);

2. Entre imaginar-me às turras ao pessoal entre a clara e a gema do ovo (que são peganhentas e deixam nódoa...), prefiro imaginar-me a deambular na frescura de uma uva - principalmente agora que o calor aperta...

3. Embora a gema dê, sem dúvida, um óptimo puf onde descansar, pode rebentar a qualquer momento, pelo que os caroços do bago de uva se revelam muito mais seguros (além de que, sendo mais do que um caroço por bago, podemos sempre sentar-nos num e pôr os pés no outro...);

4. O Mundo é de facto uma uva, apesar de tudo um ovo consegue ser maior e nós não teriamos esta angustiante sensação de pequenês se estivessemos num ovo.


Enfim, como já repararam faço o que for preciso para evitar pensar no que realmente me preocupa e, felizmente, a minha imaginação nunca fica vazia de recursos...

terça-feira, junho 07, 2005

Sensação Nova...

... sinto-me como se tivesse chumbado um ano (o que nunca aconteceu)... E ao mesmo tempo é como se eu tivesse chumbado o Mundo. É um "falhei" misturado com um "falharam-me". Já sei e tal e coiso que "não fui eu", "que estupidez", etc. Mas é o que sinto e nisso não se mexe. É como nos filmes: sei que é a fingir mas choro baba e ranho (e se um dos protagonistas morre no fim fico mesmo deprimida. No Titanic por exemplo - e eu acho que é um filme de merda - até parecia que tinha sido assaltada por um bando de vândalos violadores quando cheguei a casa). É hormonal, acho.

É como se a heroína do filme da minha vida (eu), estivesse a ser tramada por todos os lados. E eu (mmmm confusão de "egos"???....) na plateia me sentisse revoltada, mas ela (eu de novo...), a do filme, estivesse optimista em relação ao futuro...

Simplificando, para aqueles que acham que estou a ficar esquizofrénica, enquanto vivo as coisas, estou bastante optimista, acho que o futuro me sorrirá. Mas quando medito e penso sobre as coisas, penso no que poderia ter feito melhor, no optimismo que não deveria ter tido, etc, etc.

Enfim, sinto-me como a Mia Farrow na "Rosa Purpura do Cairo", já nem sei onde começa a realidade e acaba o filme... (Se bem que um Jeff Daniels em filme ou real, dá sempre jeito...)

Diversão anti-machista

Para divorciadas revoltadas e quem tem algum sentido "del humor"...

Questão existencial: quem perde tempo a fazer isto?

O Botão

Qual botão? ahhhh, o botão...

segunda-feira, junho 06, 2005

Já dizia a Fraulein Maria...

..." quando Deus fecha uma porta, abre algures uma janela"... (ok, a frase é da Madre Superior, mas aposto que a Maria a usou muitas vezes ao longo da vida, depois do filme acabar, além disso se o título fosse "já dizia a Madre Superior" iriam achar que me havia convertido, o que não é, de todo, verdade...). Enfim, a questão é que, de facto, me fecharam a porta na cara. Pior, fecharam-na mesmo quando ia a passar. Como todos aqueles a quem já lhes aconteceu o mesmo, primeiro fiquei meio assim em estado de choque (um pouco de denial também, porque é típico da minha pessoa...), agora estou à procura da janela - e como optimista que sou, acho que está ao virar da esquina...

quinta-feira, junho 02, 2005

Anátema do Calor

Como uma maldição. Que me entorpece, me tolda o pensamento e a realidade. Passo a viver num limbo que nada é. A realidade perde os contornos físicos que a torna objecto. Eu perco o dom de ser sujeito. Entro na terra de nada e ninguém, a vida torna-se o sonho, as noites de insónia. Paro no tempo e no espaço, movo-me, existo numa realidade paralela, alheia a tudo e a todos. É um sentimento de agonia e liberdade. De alheamento e euforia. Um nada e um todo que me condensam, me moldam em mim.

 
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