Um espelho de tudo o que me vai pela cabeça

sexta-feira, setembro 30, 2005

Papa Eclipses

Amanhã vou para Miranda do Douro. Não pela beleza do sítio (embora vá disfrutar dela, claro), mas porque, parece, é o melhor sítio para se ver o eclipse.

Para quem acha que são km a mais para uma coisa tão simples, digo já: em 2000 fui a Paris para ver o eclipse de sol...

Dúvida...

Será possível estar apaixonada por diversas pessoas, por diferentes motivos, ao mesmo tempo?

Ou está na altura de apelar para os milagres da psiquiatria?

Fetiche

Constatação:

Gosto de geeks de direita.

Os dias começam à meia noite

Pois é... Ontem à meia noite estava sentada no capot de um carro à porta do Espaço 41, com um copito de vodka na mão. Já não estava a 100% (e garanto que aquele copito era o primeiro). Estava como sempre na galhofa, que sou miuda dada a isso e estava mui bem acompanhada. A esta altura já tinha feito dois resumos alargados dos meus dilemas existênciais da semana a dois amigos diferentes. E estava lá o meu noivo.

Dali fui para o Mercado, esse que se diz que é o novo Incógnito. Quando lá chegámos estava às moscas e com uma música, pardonnez-moi, não muito do meu agrado. Bem ainda deu para pedir uns conselhos um pouco mais pornos aos meus amigos gajos (há que aproveitar...). Lá fomos então para a casa-mãe das nossas quintas-feiras de loucura: o Incógnito. Por sinal, também às moscas. Mas sempre tinha uma musiquinha melhor. Ainda abanámos um pouquito, mas sem muita convicção. Quando saimos, quiseram ir à cachupa. Pelo caminho vimos o Luís Osório. Fomos à cachupa, onde a conversa, decididamente, desceu de nível. Saimos da cachupa e eu lá os convenci a irmos ao Incógnito novamente - estava lá o Luís Osório.

Saimos a tarde e más horas e subimos a custo a Calçada do Combro. Lá me levaram de carro a casa onde ferrei que nem uma doida. Acorei hoje a tarde e más horas - com a Dionne Warwick aos gritos "why do you have to be a heartbreaker". Tomei duche num nanossegundo e resisti à tentação de dormir de pé na banheira - não tive sequer tempo de lavar o cabelo, onde ontem fizeram o favor de me entornar cerveja, pelo que o meu cabelo está com uma textura, assim, como dizer, à la Doidos por Mary...

Saí de casa a correr (mesmo - era eu a gaja de cor-de-rosa, que esbaforida corria para o Rato). Chego ao Metro e corro para a carruagem, que entretanto avaria e tive de vir a pé para o escritório. A correr. Daí que hoje não esteja nos meus dias...

quinta-feira, setembro 29, 2005

Zzzzzzzz.....

Gosto de dormir. Gosto daqueles instantes em que o corpo relaxa musculo a musculo. De sentir que a respiração se acalma e o corpo se adapta ao calor dos lençois. Gosto dos sonhos. De sentir que atravessei para outra dimensão.

Ai, tou com saudades da minha cama!

Cenas do Metro

Depois de muito olhar para a cicatriz no meu pé, um miúdo, com mais ou menos três anos, pergunta-me:

- Foi um tubarão?

- Foi...

Pisco o olho ao Pai (que sim, já levava uma trica), mas este olha-me com uns olhos que dizem:

- és tu que vais pagar a conta do psiquiatra, quando ele não conseguir tomar banhos de mar...

Uma vez li num livro semi-místico (eu não gosto dessas coisas, por norma...) que as almas viajam em bandos. Estou a ouvir Elliot Smith enquanto troco mails a uma velocidade frenética com uma alma que é, definitamente, do meu bando. É que basta esta conecção cibernáutico-musical, para me sentir de regresso. Ao princípio, a casa, a mim.

Mean Girl

Tenho esta capacidade de ser má e, sabendo que o estou a ser, não parar...
É uma sensação seemelhante à de cravar as unhas na própria pele. Uma espécie de prazer que me impede de fazer alguma coisa que me possa efectivamente magoar...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Um presente de anos...

... um regresso.

De um telefonema de Parabéns...

"De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém"

Caetano Veloso

terça-feira, setembro 27, 2005

OK

Larguei as fraldas, aprendi a andar, aprendi a falar (e como todos estariamos melhor se não me tivessem ensinado a falar). Fui mimada como filha única durante 5 anos. Brinquei às escondidas com a minha avó, adormeci enquanto me faziam vozes a lerem-me histórias. Fui para a escola, aprendi a andar de baloiço, de triciclo e de bicicleta. Aprendi a nadar e a jogar ténis. Aprendi que não tinha talento nem para o piano nem para o ballet. Quis saber tudo sobre dinossauros, vulcões e números. Descobri que a justiça é o meu valor de eleição. Fiz amigos que duram uma vida inteira e descobri que há amigos que ficam pelo caminho. Achei que podia viver sem amigos. Descobri que não podia viver sem amigos. Tive doenças estranhas de nomes esquisitos, descobri que era dada a doenças psicossomáticas. Entrei no liceu um bebé e saí de lá quase adulta. Joguei matrecos, ouvi música, apaixonei-me, morri de amores e ressuscitei milagrosamente, gozei, fui gozada, recebi cartas de amor, tentei descobrir como se pescam cartas de amor de um marco dos correios (quando alguém se arrepende de as mandar), cantei nas aulas, fui para a rua, refilei até mais não, chamaram-me "Mafaldinha". Ouvi Beatles num walkman amarelo, gravei e desgravei milhares de cassetes até fazer "A" cassete. Chorei com "As púpilas do senhor reitor" e ri-me com "um adolescente com a mania da saúde". Quis ser diferente e aprendi a fazer tricot e ponto de cruz por causa do "Luki-Live". Fui ao Benzina e ao T. Abri a pista no Rockline. Viajei com todos os meus amigos. Atiraram-me (várias vezes) vestida para uma piscina. Dormi num jipe no deserto. Apanhei neve numa viagem onde devia fazer praia. Fui a Taormina. Fui de muletas para Amsterdão e cheguei a correr ao nosso aeroporto. Vi um eclipse de sol total num campo de feno ao norte de Paris com vista para um bosque, um castelo em ruínas e bambis aos saltos. Entrei nos war cabinets do Churchill e vi como o mundo se comandava com pionaises. Vi o nascer do sol enquanto dançava no Algarve. Vi o nascer do sol ao pé do rio enquanto esperava um autocarro. Vi o nascer do sol em frente ao Lux enquanto aldrabava alguém sobre as cidades do lado de lá. Experimentei outras línguas (muchas gracias, ich danke Ihnen vielmals, takk De meget mye, thank you very much). Entrei na faculdade. Mudei de curso, mudei de vocação. Estive dois meses num jornal. Achei que ia para o desemprego. Descobri que o desemprego não é para mim. Chorei que nem uma perdida, ri que nem uma doida. Jurei que não ia chorar por nada que fugisse ao meu controlo. Quebrei promessas. Achei que era infeliz, descobri que podia ser o que quisesse. Descobri que não saber o que se quer é uma prisão e também uma liberdade.

Depois de uma noite bem dormida, fazer 25 anos não é assim tão mau. OK, não fiz (ainda) nenhum grande feito que deixe o meu nome nos anais da história, mas não se pode dizer que tenham sido 25 anos mal passados.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Turning 25

Queria passar o meu dia de anos enfiada na cama.

A minha cama é como o útero materno ao qual me é permitido regressar...

Velhicaduca

Amanhã faço 25 anos.

Parece tanto e ao mesmo tempo tão pouco. Não me sinto adulta, nem madura. Sinto-me quase uma fraude. À minha volta chovem exemplos de gente mais nova do que eu a alcançar sucesso em diferentes áreas - veja-se o Alonso este fim-de-semana. E eu, o que é que eu tenho feito? Nada. Nada que me afaste do carreiro do usual, rotineiro, banal. Sou apenas mais uma formiguita nesta fila idiota que é o passar dos anos. Sinto que sou apenas uma espectadora do filme da minha vida...

sexta-feira, setembro 23, 2005

Pureness

The Crystal Ship

Before you slip into unconsciousness
I'd like to have another kiss
Another flashing chance at bliss
Another kiss, another kiss
The days are bright and filled with pain
Enclose me in your gentle rain
The time you ran was too insane
We'll meet again, we'll meet again
Oh tell me where your freedom lies
The streets are fields that never die
Deliver me from reasons why
You'd rather cry, I'd rather fly
The crystal ship is being filled
A thousand girls, a thousand thrills
A million ways to spend your time
When we get back, I'll drop a line

The Doors

quinta-feira, setembro 22, 2005

Instinto Maternal

Quando era pequena os meus pais tinham um aquário daqueles à séria, grande e de água aquecida. A minha mãe gostava bastante daqueles peixes tropicais, pequenos e cheios de côr. Depois eu nasci, cresci e aprendi a usar a rede que serve para tirar os peixes do aquário quando este tem de ser limpo.

Ora, sempre tive um instinto maternal apurado, como todos sabem. E quando era pequena andava sempre com uma série de bonecas a fazerem-me de filhas - gostava particularmente de duas: um chorão chamado Vera e um Nenuco (trazido de Espanha, que na altura ainda não tinham chegado cá) chamado Rita.

E lembro-me de um ritual. Com a rede apanhava um peixe - de preferência o mais gorducho. Depois punha-o num prato, daqueles pequenos, de plástico côr-de-rosa que qualquer kitchen set tem. Esperava pacientemente que o peixe parasse quieto (eram tãããõoooo saltitões...), partia-o às postas e dava-o às minhas "filhas". É que nos três anos que já durava a minha vida sempre me tinham dito que "peixe é bom para as meninas crescerem"...

Acho que não sou assim tão diferente das leoas, chitas e demais fêmeas assassinas...

Para aqueles que ficaram preocupados: claro que os meus pais retiraram graciosamente o aquário lá de casa quando descobriram o que andava a fazer. E eu levei um valente raspanete e uma demorada explicação sobre a dimensão da minha asneira.

terça-feira, setembro 20, 2005

A Melga

Ontem à noite estava exausta. Deitei-me cedo e ferrei a dormir mal pus a cabeça na almofada. Acordei a meio da noite porque me havia destapado e tinha frio. Puxei o lençol e o cobertor para cima e preparei-me para dormir. Heis quando começo a ouvir um pequeno zumbido que ora se aproximava, ora se afastava. Tapei-me até às orelhas esperando que o cabelo tapasse qualquer zona de couro cabeludo onde o presumido insecto pudesse aterrar. Tentei dormir. Mas o zumbido a periodos não tão largos quanto isso, apróximava-se perigosamente. Acendi a luz. Procurei a ínfame melga. Mas o meu quarto tem mobílias escuras e a danada escondeu-se (nem piou com a luz acesa). Fiz um olhar ameaçador e um som bastante semelhante a um rugido - eram 2h da manhã!!! Eu trabalho!!!

Apaguei a luz. Aninhei-me de novo. Estava quase e quase, quando a pequena kamikaze me faz uma razia às orelhas. Mandei umas quantas chapadas a mim mesma e só parei o delírio histérico quando me apercebi que o zumbido tinha parado e tive noção da possibilidade de ter uma melga morta no cabelo. Paniquei!! Corri para a casa de banho e tentei encontrar o bicho. O meu cabelo é muito escuro e abundante pelo que encontrar restos mortais da melga se revelou quase impossível. Desisti.

A esta altura já estava de tal forma fora de mim que não tinha sono nenhum. Contei carneiros e não resultou. Li um pouco e lá adormeci.

Hoje acordei TODA mordida. A vaca da melga fez de mim um festim digno dos livros de Asterix.

Mas ao menos não tive de lavar (e secar!!) o cabelo de manhã...

Linhas Cruzadas

- Boa Tarde. Ligava-me à Agência Financeira?

- Só um momento.

...

- Estou?

- Boa Tarde. Fala da Agência Financeira?

- Não. Eu é que queria ligar para o Portugal Diário...

- Desculpe, eu queria ligar para a Agência Financeira

(Gargalhadas)

- Então o melhor é desligarmos os dois ao mesmo tempo...

segunda-feira, setembro 19, 2005

Mudar de Caminho

Depois do comentário maníaco-agressivo que este meu post inspirou, resolvi olhar as pessoas de uma outra perspectiva. Hoje, acordei à hora que devia (às 7h15, como podem ver no meu schedule ali em baixo), e resolvi vir a pé para o trabalho (em vez de apanhar o Metro). Vinha a ouvir uma musiquita chill e a olhar para as pessoas imaginando-as os seres mais felizes do planeta: uma velhota com um saco de pão era uma avózinha adorável que contava histórias aos netos fazendo vozes engraçadas para os petizes se rirem. Um senhor de meia idade de bigode e de fato era um feliz executivo, pai de uns adolescentes exemplares (óptimos alunos, saem à noite em dosees certas, não veste roupa rasgada) e com uma mulher toda giraça (daquelas nunca-fiz-plásticas-porque-não-preciso-sou-feliz-assim).

A este ritmo, ao fim de dois quarteirões já ia aborrecida, a bocejar pelo calor da minha cama. A tentação estava lá. Era tão fácil descambar... Mas não, firme e hirta resisti heroicamente. Fiz a Rua de Campo de Ourique quase sem olhar para os demais transeuntes. Quando cheguei à Rua do Sol ao Rato (sim, sempre esta rua...) passa por mim uma camioneta com cebolas e afins cujos espécimes que estavam no habitáculo se fartaram de buzinar fazendo gestos alusivos ao meu, como dizer, colo. Nessa altura amaldiçoei a hora em que havia resolvido colocar uma camisola ligeiramente mais decotada que o habitual. A imagem daqueles "senhores" como uns tristes frustrados ainda passou pela minha cabeça, mas resisti caminhando mais depressa (já dizem os luteranos:o exercício evita o pecado...). Enquanto descia a rua voltei a sintonizar os pensamentos nas ondas do a-vida-é-bela-e-amarela. O céu estava azul, os pássaros pimpilavam (mmm há quanto tempo não via esta palavra, hein???). Mas eis que, ao chegar ao Rato a MESMA camioneta estava no semáforo (oh sorte do Demo!!!). De novo buzinadelas e gestos lascivos. A esta altura o meu plano esteve a um pêlo de ir ao ar... Comecei a achar que estavam a congeminar contra mim. A partir daí senti-me num livro de Le Carré ou assim. Na paragem do 74 cada velho a ler o Correio da Manhã era um espião disfarçado de olho em mim - porquê não me dei ao trabalho de imaginar.

Comecei a entrar em pânico quando no Marquês de Pombal me deparo com uma grupo de jovens "a distribuir o Destak". Apressei o passo. O escritório já não estava tão longe e se tinha sobrevivido até ali, conseguia sobreviver o resto do caminho. Ao passar pelo prédio do registo notarial, estava uma fila de gente que esperava que a repartição abrisse. Não pensei nos inúteis que estavam lá dentro. Nem nas horas que aquelas alminhas ainda ali iam estar até lhes darem um qualquer papel. Imaginei funcionários públicos de machados em riste prontos a destruir-me a mim e ao meu computador (!). Até esperei que interrompessem a emissão da rádio para dizerem "apanhámo-la!! a grande cabrona da blogosfera não mais irá postar!!! Mais informações com Luís Santos na edição das 9h".

Nessa altura já quase corria (sempre é um bom exercício cardio-vascular). Nem tomei o café do costume no Imaviz, voei para o meu escritório. Cheguei esbaforida, mas com picos de adrenalina que me fizeram trabalhar como nunca...

Acho que nunca mais venho de Metro.

Equinócio

O sol já não chega para me aquecer...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Anónima entre anónimos

Na rua, no Metro ou em qualquer circunstância em que me encontro rodeada de gente que não conheço, tenho a estranha mania de fantasiar sobre a sua vida para lá da aparência. Ora quando me encontro ensalsichada no Metro em hora de ponta, imaginar a vida dos que rodeiam é deveras extenuante - até porque só ando duas paragens e tenho de ser rápida.

Observo um casalito que vai aos meles. Já enquanto esperávamos pelo comboiio se estavam a comer. Ele com uma farda de café tipo Délifrance, ela com um cabelo ruivo-sou-eu-que-o-pinto-com-tinta-de-supermercado, com um ar brega de t-shirt justa e calças deslavadas. Nos segundos em que se separaram para entrar na carruagem, reparei que a miúda (!) tinha, como dizer, um princípio de calvicie. De imediato a imaginei doente (leia-se: problemas hormonais derivados de problemas emocionais, i. e, medo de rejeição, maus tratos na infância, etc.). Imaginei o rapaz a engatar miúdas de brincos de plástico colorido de tamanho XXL e aneis de ouro, no café onde trabalha. Provavelmente tem mesmo uma amiguita da queca, mas mantém esta por pena/medo do castigo divino/necessidade de ajuda para pagar contas. A esta altura sei que ele não lhe é fiel. Enquanto a beija vai galando o rabo de uma gaja à sua frente.

À minha frente está uma senhora de uns 50 e tal anos. Demasiada maquilhagem. Perfume reles. De certeza que trabalha numa repartição pública. Tem ar de ser daquelas mães que proíbe tudo, desde saídas à noite até jogos de computador. Provavelmente manda nos filhos, no marido e na família residente em Portugal Continental, nos Açores e Madeira - esta gente tem sempre familiares emigrantes: uma irmã que fugiu da ditadura imposta cá (pela família), etc. Vai sair do Metro e dirigir-se ao posto de trabalho com a destreza de um caracol em dia de Estio. Ao chegar, encaixa o rabo grande e flácido na cadeira de onde já só se levantará à hora do almoço. Está atrasada, mas não tem pressa. A todo o funcionário público é implantado um chip que previne stress de qualquer tipo. Muito menos com as horas...

Sentada numa cadeira destinada a grávidas/deficientes/idosos, vai uma miúda a ler o Zahir, o último atentado de Paulo Coelho contra a literatura. Tem um olhar infeliz que é acentuado pela falta de beleza dos seus traços. Vai concentrada a ler o livro e imagino-a com uma vida medíocre. Aquelas apagaditas que em nada se destacam, nem por serem boas, nem más, muito antes pelo contrário. Aqui no Metro seria apenas mais uma, não fosse eu e as minhas manias...

Novo Link...

... Gostosão à solta na blogosfera...

terça-feira, setembro 13, 2005

Liberal

Ok, já que não posso impedir o spam, posso deixar que TODOS me comentem...

Rituais

7h30 - Toca o despertador

7h31 - Murro no despertador

7h39 - Volta a tocar o despertador

7h40 - Murro no despertador

7h48 - Volta a tocar o despertador

7h49 - Novo murro

7h57 - Volta a tocar o despertador

7h58 - Murro final, sento-me na cama, bocejo, olho para as horas, levanto-me

8h00 - Ponho o leite numa tijela e a tijela no micro-ondas e vou "aliviar a bexiga"

8h01 - Ponho os cereais na tijela e arrasto-me até à sala

8h02 - Vejo, ao mesmo tempo, a TVI, a RTP 1 e a SIC Notícias. Há todo um emaranhado de informação que tento decifrar. Acabo por me rir do penteado da senhora da TVI

8h03 - Deito-me, só um bocadinho, no sofá da sala

8h30 - PORRA!!! Estou oficialmente atrasada, acordo com o genérico do Jornal de Economia da SIC Notícias

8h32 - Entro no duche

8h33 - A água quente acalma. Já consigo cantar o que quer que seja que está a dar no RCP

8h45 - Saio do transe em que me encontro ao ouvir as horas, quando anunciam novo directo com o helicóptero da RCP

8h46 - Enxugo-me

8h47 - Lavo os dentes

8h49 - Pondero se ponho cremes ou se me lixo e começo a correr

8h50 - Ponho os cremes

8h55 - Pânico apodera-se de mim, começo a abrir armários desordenadamente, procurando roupas que combinem

9h00 - Descubro que o que me apetecia verdadeiramente vestir está para lavar/engomar, visto a primeira coisa que me vem à mão

9h03 - Penteio-me no espelho do elevador e imagino que os meus cabelos ganham vida própria e acasalam uns com os outros enquanto durmo e agora estão relutantes em se separarem

9h04 - Corro esbaforida e despenteada por Campo de Ourique.

9h07 - Desço a Rua do Sol ao Rato, acalmo, ponho os óculos de sol e oiço o meu sonzinho...

09h13 - Entro no Metro do Rato

09h15 - Perco o comboio.

09h16 - Sento-me o mais longe possível do resto do pessoal que espera pelo transporte e leio o Metro

09h20 - Chega o comboio

9h25 - Depois de me sentir qual alho francês embrulhadito em celofane, chego às Picoas

09h26 - Corro pelas entranhas do Imaviz

09h28 - De novo na rua, acho sempre que está mais frio do que quando saio de casa

09h30 - Chego no último minuto.

Uff...

segunda-feira, setembro 12, 2005

Inconstância

Acordar ressacada, furiosa com o Mundo - e comigo em particular...

Chorar à tarde...

Rir à noite.

Dormir descansada.

Metamorfose

Será possível mudar sem ter de entrar no casulo?

De Ego

Aos que não o têm resta-lhes acreditar que iludem os outros...

Da blogosfera

mmmmmm......

mmmmm....

... eu até andei no ballet...

Ditadura Necessária

Às vezes é mesmo necessário tomar medidas extremas.

Acabaram-se os comentários anónimos neste blog. Irrita-me aquela coisa da publicidade...

Razões para esquizofrenia ou a lista de livros da minha mesa de cabeceira

Se um dia lerem sobre alguém que morreu soterrada debaixo dos seus próprios livros, provavelmente esse alguém sou eu. A minha mesa de cabeceira é grande. E tem duas filas de livros que não gosto que andem longe. Mas, mesmo ao lado do despertador, acumulo pilhas de livros que vou lendo, que já li mas que não quero muito longe e que vou relendo, os livros que ando a ler e os livros que quero ler.

Numa noite, este fim de semana, em que não conseguia dormir apesar do sol já forçar a entrada no meu quarto, olhei para essa pilha que a qualquer momento me poderia acertar.

A (des)ordem e falta de coerência dos títulos, deixaram-me bastante apreensiva:

De baixo para cima (na pilha assassina):

Ulisses, James Joyce
O Vira-Casacas, FernandoVizcaíno Casas
Um raio de sol na água fria, Françoise Sagan
A Mulher Destruída, Simone de Beauvoir
O Diário de Bridget Jones, Helen Fielding
A Metamorfose, Franz Kafka
O Físico Prodigioso, Jorge de Sena
As senhoras de Missalonghi, Colleen McCullough
O Estrangeiro, Albert Camus
O mito de Sísifo, Albert Camus
Cândido, Voltaire
Ricos, Famosos e Beneméritos, Helen Fielding
A origem da tragédia, Nietzsche
Louca por compras dá o nó, Sophie Kinsella
A felicidade conjugal, Tolstoi
Proposta de Casamento, Mike Gayle
A Centelha da Vida, Heinrich-Maria Remarque
Terra de Neve, Yasunari Kawabata


Agora digam, há ou não razões para os meus disturbios de personalidade...

Travellers

Não gosto quando as pessoas de quem gosto vão para longe.

Mas o abraço do regresso é tão bom...

September night's dream

Vi um pirilampo no Lux...

Hero

sexta-feira, setembro 09, 2005

Crise de identidade

A Molha

Acordei às 9h (começo a trabalhar às 9h30). Tomei banho e vesti-me em menos de um fósforo. Saí disparada de casa. Chovia. Não tinha chapéu-de-chuva. Não tinha casaco. Estava com umas calças super compridas. Corri pela Rua do Sol ao Rato a segurar as calças, qual Scarlett O'Hara, a rir que nem uma perdida (possiv. ainda sob os efeitos da noite de ontem...). Só dormi três horas. Tinha uma pilha de trabalho para fazer. Já o fiz. E correu bem. É uma da tarde e estou em jejum. Passei a manhã a rir e a mandar piadas.

Modéstia à parte, acho que tenho um "je ne sais quois" de super mulher...

quinta-feira, setembro 08, 2005

oooops...

...ou talvez não...

Negativo

Missão Jones falhada. Sou TUDO menos Dama de Gelo, etc, etc...

Oh, ego pequeno...

Positivo

Dos males que podia ter feito, fiz o menor...

Código Genético

Dormi 5 horas esta noite. Comecei a ver o "Exorcista", estava sozinha em casa e no fim da primeira parte já estava cheia de medo. Da primeira vez que a miúda ficou com voz grossa resolvi que não era mesmo filme para mim. Acordei a meio da noite com uma valente caimbra (escreve-se assim??) na perna. Não ouvi o despertador tocar e acordei 30m atrasada.

Mas acordei super bem disposta. Tanto que cantei com o Phil Collins no banho (Now love, love don't come easy / But I keep on waiting ), e Deus sabe o quanto eu acredito que ele já devia estar morto. Tanto que continuei com o sorriso o dia inteiro, mesmo tendo trabalhado imenso. E gostei do almoço com um amigo que não via há séculos.

E agora combinei uma wild night.

Acho que alguém deveria descobrir de que é feito o meu código genético...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Quando digo que todas as pessoas de quem gosto a sério são pessoas que por uma razão ou outra admiro (porque, numa coisa ou noutra estão a anos luz daquilo que eu poderei ser), estou a ser absolutamente sicera.

Por exemplo, nunca vou saber tantas coisas sobre música boa como este senhor...

Faço, não faço...

Quando a asneira está mesmo à mão de semear é tão difícil resistir...

Aguenta, Jo, dama de gelo, distante e inalcançável, o teu ego aguenta...

Zen II

... e foi assim que arrumei pilhas de roupa que se acumulavam pelas gavetas e armários. O meu quarto parece outro.

Zen.

terça-feira, setembro 06, 2005

Ok, ia caindo umas 10 vezes a caminho do escritório, porque o chão escorregava. Mas adoro o cheiro das ruas quando as primeiras chuvas ensopam a poeira acumulada nos dias de Estio. É o cheiro do regresso a casa, que tem a marca do calor do fim, do começo, da passagem. Apetece-me fazer listas intermináveis de desejos, de promessas.

Pessoa de Sorte

Imaginem que estão numa tenda com 650 pessoas. Ao vosso lado senta-se alguém que nunca viram na vida. E, do nada, essa pessoa conta a vida toda da única pessoa de quem vocês não querem saber nada.

Sorte, heim?

Triste no fim do Verão...

Às vezes consigo, sem querer, magoar pessoas que adoro... Isto porque insisto em levar a vida numa de go with the flow...

E também porque não sou loira, mas sou distraída.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Conversas de Casamento

Holly came from Miami, Fla
Hitchhiked her way across the USA.
Plucked her eyebrows on the way
Shaved her leg and then he was she - she said:

Hey Babe, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.

Candy came from out on the island,
In the backroom she was everybodys darling,
But she never lost her head
Even when she was given head - she said

Hey Babe, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.
And the coloured girls go, doo dodoo

Little Joe never once gave it away,
Ev'rybody had to pay and pay.
A hustle here and a hustle there
New York city is no place where they said:

Hey Babe, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.

Sugar plum fairy came and hit the streets
Looking for soul food and a place to eat
Went to the Apollo, you should have seen him go go go - they said:

Hey Sugar, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.

Jackie is just speeding away,
Thought she was James Dean for a day
Then I guess she had to crash,
Valium would have helped that bash - she said:

Hey Sugar, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.
And the coloured girls go, doo dodoo

Lou Reed, Take a Walk on the Wild Side

É que nunca tinha reparado na letra da música. Ainda bem que, num espaço cheio de políticos, foi possível falar de música...

Stolen Life

Roubaram-me tudo. A mala. A carteira. Os documentos. O telemóvel. A agenda. O caderninho dos meus textos, onde tinha uma lista recente dos meus defeitos. A carta romântica que escrevi aos sete anos ao meu namorado de então.

Estou vazia e livre ao mesmo tempo. Hoje já não tenho nenhum número que me identifique (nem a segunda via do cartão do telemóvel me deixam tirar sem o BI). Mas hoje é como se não pertecesse a nada. É como se fosse nada.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Foi-se

Após algumas horas de transe em virtude de sonho pouco ético, a noitada de ontem caiu-me em cima.

Neurónio em curto-circuito.

A Gerência deste blog não se responsabiliza pelos restantes posts publicados pelo Vanderlei no dia de hoje...

Laranjinha

Foi o meu primeiro diminutivo. Ontem chamaram-me assim outra vez. Mil vezes melhor que Joaninha...

Zen

Gosto de Setembro. É o meu mês. Gosto do Outono. Gosto da melancolia que se instala à velocidade em que os passeios se vão enchendo de folhas côr de laranja. Gosto das camisolas de lã, de andar de descalça de peúgas pela casa, dos pijamas de flanela e da chuva a bater mansinho na terra seca. Gosto de me sentar no sofá enrolada na manta a beber chá e a ouvir a Turandot.

Gosto das rotinas que se vão instalando à medida que os dias ficam mais frios. Gosto de sentir o vento gelado que me faz corar enquanto ando pela rua. O Verão é sempre tudo e tanta coisa. Em Setembro sou só eu. É a minha altura umbiguista, egocêntrica. Zen.

Saltos Altos

Amanhã os meus pés vão morrer pela justíssima causa de eu ficar 12cm mais alta...

(mmmmm, aquelas sandálias, como arma de arremesso, estão para um olho como um palito para um croquete).

Mistério...

Depois da noite de ontem e tendo em conta que estou a trabalhar, não percebo porque estou tão bem disposta... Estou naqueles dias em que tenho um sorriso de orelha a orelha.

Sim, acho que foi do que sonhei, nas minhas 4 horitas de sono... Se bem que é um pouco psico ficar assim com sonhos eticamente repreensíveis...

Great Expectations

Como sempre, tinha grandes espectativas para a noite de reabertura do Incógnito. Como sempre que tenho grandes espectativas acabei desiludida (não foi mau, mas podia ter sido melhor...). Mas, até lá chegar, foi uma noite hiper divertida...

Formiguinha

Fui de Campo de Ourique para Santos, para estar com uns amigos. Fui depois para o Camões para ter com outros amigos (alguns novos). Fui beber sangria à Ti Jaquina, joguei matrecos nas primas. Ainda fui beber um copito ao Grogs e só depois fui para o Incógnito ter com outros amigos. A sensação é que andei sempre a correr, sempre atarefada. Tipo formiguita.

quinta-feira, setembro 01, 2005

GGrrrrrrrrr!!!!!

Coisa que me irrita é pessoal que desmarca combinações. E ainda por cima com certos motivos.

Weeeeeeeee

Hoje reabre o Incógnito!!!!

Ah, Preguiça...

Há coisas que não mudam. E como agora estou assim, preguiçosa (ando a cortar no café...), deixo-vos com palavras de há dois anos, mas que se aplicam hoje...

 
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