Um espelho de tudo o que me vai pela cabeça

quarta-feira, novembro 30, 2005

A M**** é...

... o que é que eu vou vestir?

Revolution

Tenho a certeza...

Finnaly the tables are starting to turn...

Faz sentido...

Beber hoje como se não houvesse amanhã...

terça-feira, novembro 29, 2005

Post It VIII

Está frio. Muito. Não há direito.

Post It VII

O post abaixo não é da responsabilidade da gerência.

Vanderlei:
- Fui!

Post It VI

Sou a maior medricas à face da terra. Mas nem sob os efeitos da maior bebedeira à face da terra o vou admitir.

Post It V

Ok. Talvez saiba porque é que não durmo, mas não o queira admitir às entidades competentes.

Post It IV

Ok. Uma decisão. Mas é importante.

Post It III

Até porque já tomei uma série de decisões e as informei às entidades competentes.

Post It II

Não percebo porquê...

Post It

Continuo sem dormir.

segunda-feira, novembro 28, 2005

A lógica das coisas

Estava cinzenta. sentia-me cansada, exausta, farta do mundo. Saí e estava nevoeiro, como se o mundo também estivesse farto de mim. E, perante a hipótese de o estar a chatear, fiquei logo mais animada.

Rendez-Vous

Às vezes apetecia-me que acotecesse uma qualquer catástrofe para não ir...

Momento Zen do FDS

Acordar no sábado, meia ressacada, a ouvir o Nessum Dorma aos gritos no andar de cima. Quiase que chorei. Por momentos achei que tinha morrido.

Olhos parados

Ontem às 06h30 da manhã ainda tinha os olhos abertos, qual indígena digna de figurar nos primeiros capítulos dos "Cem anos de solidão". Senti, literalmente, o último sopro de vida do Vanderlei a abandonar-me e mergulhei na loucura fronteiriça entre a realidade e os sonhos. Calculo que tenha dormido, mas quase nada. Tinha tanta coisa na cabeça, que a certa altura as coisas se anulavam entre si e os pensamentos corriam mais céleres que a luz. Tantas escolhas, tantas decisões, tantas constatações surgem assim. Naquele estádio em que o medo é o nada envolto em sono e a lógica desaparece, as coisas vão fazendo sentido. Tomei algumas das mais importantes decisões da minha vida em momentos assim. Numa dimensão que não é real nem o deixa de ser. Num estado de exaustão mental suprema, procuro apenas o facilistismo. Tudo aquilo que usualmente ignoro no meu dia-a-dia, torna-se claro como água e simples, tão simples. Quando a vontade deixa de argumentar, só a lógica silogística sobrevive, fria, matemática, objectiva. E é tudo tão mais simples assim. Preto no branco. Sem espaço para sentimentalismos, nem sonhos, porque se fosse para sonhar dormia. E o corpo dorido chama pelo descanso que não vem, que me é negado por essa força estranha que repele as minhas vontades. E afinal o que é a vontade se não aquilo que nos prende? Esta noite, sem dormir, mas longe de estar acordada, chegaram mais algumas respostas. Óbvias para todos, imagino. Mas novas e com o cheiro da novidade para mim. Instalaram-se e com o sono que sinto vão resistindo. Pergunto-me por quanto tempo. Mas não importa.

Torta

É verdade que sou um pouco torta. Mais do que deixo adivinhar no meu aparente bom humor. Quando me magoam (a sério) remeto-me a um silêncio distante, quase cordial. Depois vem a censura. Censuram-me pelo silêncio, pela distância. E os gritos tornam-se um ruído absurdo vazio de palavras. E nunca, nunca, me perguntam o que se passa. Eu também nunca respondo. E depois dói e para não doer mais uso aquilo em que sou melhor. Ponho uma carapaça de indiferença que se insinua e cresce até se tornar real. E então fica o nada, o vazio. E fico surda, indiferente aos gritos até que as vozes se calam. E continuo, aparentemente imune, mas conscientemente mais só.

Grizzly Man

É a história de um homem que prefere os ursos aos homens. Não, não se trata apenas de um ambientalista. É, provavelmente, mais um inadaptado. O que mais gostei no filme foi a abordagem do realizador. Não quis exacerbar o herói, nem destruir o mito. Quis conhecer o homem.
Ele, o Grizzly Man, acha que faz tudo pelos ursos. Afirma várias vezes que morreria por eles. Acho que o faz pelo próprio ego e pelo prazer que tem em ouvir a própria voz. Ele tinha carisma. Os amigos adoravam-no. As amigas nem se fala. Acho que ele era uma daquelas pessoas que se afasta do mundo porque o mundo não os adora como devia. Os psicólogos insistem em ver neles pessoas de fraca auto-estima. Acho que não. São pessoas com uma auto-estima tão consolidada que se dão ao luxo de, simplesmente, julgarem que é o mundo que está todo errado ao não reconhecer a sua genialidade. Por isso prefere viver entre os ursos. Eles não o julgam, perante eles, ele é o maior. Filma-se a si mesmo como quem filma os ursos. É vaidoso, o que mostra que o ar desleixado faz parte de uma personagem bem estudada.

Julgo que o carisma destas pessoas advém do facto de escaparem àquilo que corroi o resto dos mortais. A busca da perfeição. Estes seres acham que já a alcançaram e não se esforçam por mudar. Mais: condenam o mundo por não a reconhecerem. Este tipo de pessoas exerce sobre mim algum fascínio. Em certa medida são o oposto de mim. Não se enganem, nada me aborrece mais que a perfeição, seja de traços, seja de pensamentos, seja do que for. Mas a busca, a conquista dessa perfeição fascina-me. Encontrar alguém que acha o oposto, que encontra na sua mediocridade uma arrogância e pretensão de perfeição "defeituosa", que desiste de mudar, que se acomoda sob a égide de uns quantos ideais que lhe trazem reconhecimento, desperta-me alguma atracção. Momentânea. Provoca em mim um misto de sensações.

São pessoas de quem gosto mas que desprezo ao mesmo tempo.

Sobreposição

Parecia que estava a ler sobre mim.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Às vezes, sobretudo quando estou muito cansada, dou comigo a pensar em tudo o que mudou. Houve muita coisa que aconteceu à margem da minha vontade. Mas cheguei à conclusão que o principal dependeu de mim. Não foram escolhas ponderadas, nem, na maioria dos casos, racionais (a razão manda uma coisa e eu faço quase sempre outra), mas foram escolhas minhas.

E esta certeza, não sei bem por quê, dá-me um sentido de mim, do real, que me conforta.

quarta-feira, novembro 23, 2005

E algures no mundo umas árvores morreram para que ela escrevesse isto...

De um mail (mantive o formato, por preguiça)


Por Nuno Markl
>
>Johannes Gensfleisch Zur Laden Zum Gutenberg. Nascido em 1398.
>Presume-se que tenha falecido a 3 de Fevereiro de 1468. Um operário
>metalúrgico e inventor alemão, a quem se deve, na década de 1440, a
>invenção da imprensa.
>O poder da criação de Gutenberg seria demonstrado em 1455, ano em que o
>inventor editaria a famosa Bíblia em dois volumes.
>
>Sim, a Bíblia de Gutenberg tornou-se num marco notável na História das
>palavras impressas. Até ao passado fim-de-semana.
>
>No passado fim-de-semana, o semanário português O INDEPENDENTE
>publicou, discretamente, no seu suplemento VIDA, uma coluna de opinião
>da autoria de Catarina Jardim. Quem é Catarina Jardim? Nada mais, nada
>menos do que a popular Pimpinha Jardim. Que fica desde já a ganhar a
>Gutenberg neste ponto – Gutenberg não tinha nenhum nome de mimo. Ele
>era capaz de gostar de ter um nome de mimo – não deve ser fácil ser
>Johannes Gensfleisch ZurLaden Zum Gutenberg - mas creio que ainda não
>era muito comum, na Alemanha do século XV, atribuírem-se nomes de mimo.
>Muita sorte se alguma das namoradas lhe chamou alguma vez JOGU, o único
>diminutivo aceitável de Johannes Gutenberg.
>
> E mesmo assim não é muito aceitável, porque soa demasiado próximo a
>iogurte, e isso é uma indústria completamente diferente daquela na qual
>Gutenberg se movia.
>
> Voltemos então a Catarina Jardim e à sua coluna no jornal. O título
>do artigo é TODOS A BORDO, e trata-se - como o nome indica - de um
>relato detalhado sobre um cruzeiro a África que a jovem fez.
>
> Ela diz, no início "O cruzeiro a África foi uma loucura, pode mesmo
>dizer-se que foi o cruzeiro das festas - como alguns dos convidados
>chamavam ao navio em que Luís Evaristo nos presenteou com MAIS UM BeOne
>on Board".
>Gosto da maneira como ela fala, sem explicações nem perdas de tempo, de
>pessoas e iniciativas sobre as quais boa parte dos leitores não faz a
>mínima ideia quem sejam ou no que consistem. Nada contra - isto faz com
>que qualquer leitor se sinta cúmplice e rapidamente imerso no universo
>Pimpinha.
>
>Adiante.
>
>Ficamos a saber que ela esteve em Tânger, e que a experiência foi,
>possivelmente a mais marcante da vida desta jovem. Passo a ler o que
>ela
>escreve: "Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um
>aspecto assustador."
>
> Nunca fui a Tânger, mas já fui a sítios parecidos e subscrevo
>inteiramente as palavras de Pimpinha. Malditas pessoas pobres, que só
>estragam o nosso planeta com a sua sujidade e o seu ar assustador! É
>preciso ser-se mesmo ruim para se escolher ser pobre, quando se pode
>ser tão limpo e bonito.
>Quando se pode ser, em suma, rico.
>
> Eu penso que a Pimpinha acertou em cheio na raiz de todos os
>problemas mundiais da pobreza. Andam entidades a partir a cabeça em
>todo o mundo a pensar nisto, andou a Princesa Diana a gastar tantas
>solas de sapatos caros a visitar hospitais, capaz de apanhar uma
>doença, quando nós temos a Pimpinha com a solução. Se calhar basta
>lavar estas pessoas, e talvez - acompanhem-me neste raciocínio;
>Pimpinha vai ficar orgulhosa de mim - se calhar basta lavar estas
>pessoas, e em vez de gastar rios de dinheiro a mandar comida para
>África, porque não os Médicos Sem Fronteiras passarem a andar munidos
>de botox. Botox! Reparem: não é fazer cirurgias plásticas a toda esta gente feia que vive nestes países, porque isso seria demais.
>
> Mas, que diabo - botox? Vão-me dizer que não é possível ir de vez em
>quando a estes sítios e dar botox a estas pobres almas? Como o mundo
>ficariamais bonito.
>
>Adiante. Pimpinha desabafa, dizendo, sobre as pessoas de
>Marrocos,"apesar de já ter viajado muito, nunca tinha visto uma cultura
>assim - e sendo eu loura, não me senti nada segura ou confortável na
>cidade". Talvez. Mas
>
>Vamos supor que trocavam Pimpinha por, vamos supor, 10 mil camelos. Era
>um bom negócio para o Independente. Dos 10 mil, escolhia, vamos lá, 2
>para passar a escrever a coluna - o que poderia trazer melhorias
>significativas de qualidade - e ainda ficava com 9 mil 998. O que,
>tendo em conta que Portugal está a ficar um deserto, pode vir a
>revelar-se um investimento de futuro.
>
>Pimpinha prossegue: "Já em segurança, animou-me a festa marroquina, com
>toda a gente trajada a rigor". Suponho que, para a Pimpinha Jardim,
>"uma festa marroquina com toda a gente trajada a rigor", tenha sido
>assim tipo uma festa de Halloween, tendo em conta que os marroquinos
>são - como a colunista diz umas linhas acima - gente feia como nunca se
>viu.
>
> Adiante. Ela diz: "A seguir ao jantar, mais um festão que voltou a
>acabar de madrugada". Calma - esclareçam-me só neste aspecto, para eu
>não meperder.
>Portanto, houve uma festa, não é? E a seguir, outra festa. OK.
>
> Uma pessoa corre o risco de se perder nestes cruzeiros, com toda esta
>variedade de coisas que acontecem.
>
>Diz Pimpinha: "Desta vez não deu mesmo para dormir já que fomos
>expulsos dos camarotes às 9 da manhã, para só conseguirmos sair do
>navio lá para as 14 horas. Tudo porque um marroquino se infiltrara no
>barco e passara uma noite em grande, uma quebra inadmissível na
>segurança".
>
>Ora bom. Ora bom, ora bom, ora bom, ora bom.
>
>Portanto, aqui a questão é: viagens a Marrocos e festas com pessoas
>vestidas de marroquinos, tudo bem. Agora, se pudessem NÃO ESTAR LÁ os
>marroquinos, isso é que era jeitoso. Malditos marroquinos, sempre com a
>mania de estarem em Marrocos. E como é que acontece esta quebra de
>segurança? Eu compreendo o drama de Pimpinha. É que o facto da
>segurança deixar entrar um estafermo marroquino vestido de marroquino,
>numa festa com gente bonita vestida de marroquina, isso só vem provar
>que, se calhar, os amigos da Pimpinha nãosão assim tão mais bonitos do
>que essa gente feia de Marrocos. E isso é coisa para deixar uma pessoa
>deprimida.
>
>Temos nós a nossa visão do mundo tão certinha e de repente aparece um
>marroquino e uma brecha na segurança... Enfim - nada que uma ida às
>compras não resolva, ao chegar a Lisboa, certo, Pimpinha?
>
>Adiante. Diz Pimpinha: "Já cá fora esperava-nos um grupo de policias
>com cães, para se certificarem de que ninguém vinha carregado de
>mercadorias ilegais - e não sei como é que, depois de tantos avisos da
>organização, ainda houve quem fosse apanhado com droga na mala!"DROGA?
>NUMA FESTA DO JET SET PORTUGUÊS? NÃO! COMO? NÃO. Recuso-me a acreditar.
>Deve ter sido confusão, Pimpinha. Era oregãos. Era especiarias.
>
> Pimpinha Jardim declara: "Mas o saldo foi bastante positivo. Aliás,
>devia haver mais gente a arriscar fazer eventos como estes".
>
>Gosto desta Pimpinha interventiva. Sim senhor, diga tudo o que tem a dizer.
>Faça estremecer o mundo. E com assuntos que valham a pena. Aliás, era
>capaz de ser uma boa ideia escrever um e-mail ao Bob Geldof a tentar
>fazê-lo ver que essa história de organizar concertos para combater a
>pobreza em África... Para quê? Geldof devia começar era a organizar
>concertos para chamar a atenção do mundo para a falta de cruzeiros com
>festas. Isso é que era. Mania das prioridades trocadas. Que maçada
>
>Mesmo no final, a colunista remata dizendo: "Devia haver mais gente a
>arriscar fazer eventos como estes - já estamos todos fartos dos
>lançamentos, "cocktails" e festas em terra".
>
>Aprecio aqui duas coisas: a utilização do "já estamos todos", como se
>Pimpinha voltasse a acolher o leitor no seu regaço como que
>dizendo:"Sim, tu és dos meus e também estás farto de lançamentos,
>'cocktails' e festas
>
>em terra. Excepto se fores marroquino, leitor. Se for esse o caso, por
>favor, exclui-te deste 'todos' ou então vai tomar banho antes, e logo
>se vê".
>
>Depois, é refrescante saber que Pimpinha está farta de lançamentos,
>'cocktails' e festas. Eu julgava que nos últimos dias a tinha visto em
>cerca de 250 revistas em lançamentos, 'cocktails' e festas, mas devia
>ser outra
>
> pessoa. Só pode ser. Confusões minhas
>
>Em suma: finalmente, há outra vez uma razão para ler O INDEPENDENTE
>todas as semanas. Tardou, mas não falhou. Pimpinha Jardim é a melhor
>aquisição que um jornal já fez em toda a História da Imprensa mundial
>
>Nuno Markl

Gosto

Da palavra ósculo.

Devia ser mais usada.

Sigur Rós

É raro ficar com um nó na garganta e a pele arrepiada quando oiço música (acontece-me mais quando estou a ler). Mas com a faixa três do ( ), fico assim. E lembro-me de uma altura não tão boa, de pensamentos estranhos, de refúgios de última hora, de um concerto que me deixou de lágrimas nos olhos e onde umas miúdas dançavam tão bem, lembro-me de uma estrada em Sintra, de dançar twist num sótão de alguém que agora está em Leicester.

E fico de lágrimas nos olhos e a pele arrepiada. É um cheiro de liberdade enquanto trabalho. É tão bom...

Obrigada pelos CDs.

A Dona Alice

Quando vejo televisão costumo ir mandando bitaites sobre o que quer que seja que estou a ver. Não o faço esperando resposta (é uma coisa que acontece quando estou sozinha também). A minha irmã - que de vez em quando tem mesmo muita graça - costuma dizer que, nessas alturas, a Dona Alice desce sobre mim, numa alusão a toda a dona de casa que assiste à televisão usando touca de rede e rolos e que manda precisamente os mesmos bitaites que eu:

"ai, filha, pois se eles gostam um do outro porque é que andam a engonhar" ( a ver a novela)

"ai, filha, não há direito: são burros e mal vestidos" (a ver o cofre)

"ai, filha, que gravata asquerosa" (a ver o telejornal)

"ai, filha, que burras são algumas milheres, o x não gosta dela e o y é tããããoooo crido..." (a ver um filme).

Este é um alter ego que nenhum dos meus amigos comentou...

O Programa de TV do ano

Alguém o inscreve nisto?

Sobre Moi

Quando pedi aos meus amigos que me descrevessem em 5 objectivos, frisei que queria qualidades e defeitos. Estou farta de me rir e enternecer com algumas respostas. Claro que houve algumas que não pude pôr nos powerpoints para a empresa, mas, e para que não pensem que ficaram de parte, deixo aqui TODAS as respostas (mesmo aquelas com que não concordo).

- Intelectualmente pragmática, Emocionalmente labiríntica, Socialmente hábil, Afectivamente generosa, Politicamente esquizofrénica, Empenhada, Imaginativa, Alegre, Optimista, Honesta, Muito bem disposta, Pra Frentex, Sexy, Alinha em todas, mau gosto para homens (carecas), gosta de ir para o Incógnito demasiado cedo, cozinhar para ela é enfiar um naco de fimabre no forno e espetar-lhe ervas aromáticas em cima, energética, divertida, orgulhosa, teimosa, interessante, faladora, egocêntrica, fast thinking, perspicaz, pragmática, astuta, enérgica, uma mulher extraordinária, uma amiga daquelas, uma companheira de copos que nem se fala, uma conversadora exímia, dinâmica, sociável, ambiciosa, meiguinha, curiosa, indiscreta, emocional, susceptível à opinião dos outros (às vezes demais), colorida e inter-pessoal, Interessante mas teimosa, interessada contudo selectiva, inteligente à sua própria maneira, inteligente e culta, interventiva e desafiadora, teimosa.

Honestamente, é um retrato optimista e simpático da minha pessoa, mas obrigada.

terça-feira, novembro 22, 2005

Filosofia e Trabalho

Parece-me claro que as gentes decidiram que a filosofia não é para quem trabalha. Amanhã, o instituto franco-português dedica o seu dia a Foucault e à análise da sua obra, nomeadamente, no que diz respeito às ideias do filósofo sobre segurança e sociedade. Sempre achei interessante a forma como Foucault concebia as prisões. Gostava de ir às conferências. Mas elas decorrem em horário laboral. E o mais irónico é que, parece-me, o trabalho não deixa de ser uma forma de prisão.

13 II

Ao fim de 13 horas de trabalho estou tão cansada que não consigo dormir.

13

Ao fim de 13 horas de trabalho começo a alucinar.

HE'S ALIVE

Tenho para mim que hoje vi o Avô Cantigas a tomar o pequeno almoço.

segunda-feira, novembro 21, 2005

But the people are living far away from the place........
.....................................Where you wanted to help, it's a bit of a waste..................
..............And the puzzle will last till somebody will say................................
"There's a lot to be done while your head is still young"
....If you put down your pen, leave your worries behind......................
................Then the moment will come, and the memory will shine.......

...............Now the trouble is over, everybody got paid..........................................
......Everybody is happy, they are glad that they came..............
.............................Then you go to the place where you've finally found....
You can look at yourself sleep the clock around.

Does the body rule the mind
Or does the mind rule the body ?
I dunno...
Ask me why, and I'll die
Oh, ask me why, and I'll die

Retiro

Gosto de fins-de-semana assim (odeio os traços desta palavra, grrrrrr....). Chove a potes, a água vai lavando as ruas. Eu, em casa, no quentinho, vou descansando (re)organizando a minha cabeça. Leio autores há muito esquecidos no monte da minha mesa de cabeceira - é tão fácil esquecer-me do sítio onde encontrar respostas. Escrevo, em cadernos há muito fechados, leio textos há tanto tempo esquecidos, choro e rio-me como quem vê pela primeira vez um filme de que é protagonista. E sinto-me crescer mais um bocadinho. A aprender um pouco mais sobre mim mesma. Num exercício egocêntrico que me faz bem.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Se eu fosse uma banda seria...

Ride

You are young at heart and full of energy. You are talented but very modest. You are happy go lucky and care free. You have learned to take the good with the bad and you just accept life for being what it is. People tend to be envious of you, That's only because they don't understand you and they just want some of what you have. There's no task too hard for you and you excel at pretty much everything you try to do. You have a playful personallity and a beautiful inner soul.

Inocência

Quinta-feira a minha empresa terá uma acção de team building. A dada altura é suposto fazermos uma apresentação da nossa pessoa. Comecei a fazer os powerpoints de apoio e, como não sabia muito bem o que fazer, enviei um mail a pedir auxílio a alguns dos meus amigos.
Deixo-vos com a primeira resposta, de uma "humilde" amiga, que, acho, é das pessoas que melhor me conhece:

- intelectualmente pragmática
- emocionalmente labiríntica
- socialmente hábil
- afectivamente generosa
- politicamente esquizofrénica

Entusiasmo

Hoje perguntaram-me como é que era possível continuar a entusiasmar-me com "tantas coisas". Disseram-me isto em tom de crítica.

Continuo a achar que é uma das minhas (raras) virtudes.

quinta-feira, novembro 17, 2005

sim, sim, pois, pois, galhofa, galhofa

Fui hoje almoçar a um pequeno restaurante (mais do tipo de um daqueles snacks que surgem em zonas de escritórios), aparentemente normal. Superfícies espelhadas, cadeiras de metal brilhante com almofadas de couro beige. O menu apresentava também as banalidades que estes sítios costumam oferecer. Entrámos, escolhemos mesa e sentámo-nos. Foi de repente que ele surgiu do nada. O Sr. Luís.
- Então querem as salsichinhas, as salsichinhas?
- A menina vai comer só a sopinha, vai comer só a sopinha?
- É uma água de litro e meio, é uma água de litro e meio.
- Uma bica, uma bica.
- Quer a conta? Quer a conta?
- Até à próxima. Até à Próxima.

Foi sempre assim. Sempre assim. Não era bem gago. Não era bem gago. Mas deu-me a volta ao miolo. Ao miolo. Tenho estado aqui com olhos a rodar. Os olhos a rodar. Não sei se volto ao normal. Se volto ao normal.

Amanhã volto ao Senhor Luís. Ao Senhor Luís.

Juntar o útero ao agradável...



Ele vai ser el Comandante...

Insónias IV

Tenho de deixar de beber café...

Insónias III

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda

Insónias II

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.

Entre uma e outra todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.

Além disso fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

Insónias I

Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora,
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...

Fernando Pessoa

quarta-feira, novembro 16, 2005

O Princípio do Contraditório

Poucas coisas me irritam como este termo. Sentimentos contraditórios. Tão depressa o adoro, como me irrita solenemente. É o termo, o conjunto e nunca o seu conteúdo. Esse é fantástico, claro. Mas por ele choramos e rimos que nem umas perdidas, que deve haver muito sangue italiano aqui misturado - gritos sempre gritos, naquele limiar da histeria saudável.

Gosto mais do todo, gosto mais das partes, gosto delas todas - isso é uma certeza.

É um gostar nem sempre fácil, nunca simples, mas incondicional.

O Meu Gang.

A Tina e Eu

Acabo de constatar que eté gosto de ouvir a Tina Turner cantar. Lembra-me uma altura - tinha uns 10-12 anos - em que já não era criança, mas também ainda não era mais que isso. Sentia-me constantemente a mais feia, desenquadrada, desconfortável num corpo que mudava de hora a hora. Lembro-me que não fui ao concerto da Tina porque ainda era nova (os meus pais foram...), mas que me sentia demasiado grande para ainda brincar com bonecas - ainda brincava e bastante.

Não foi uma época particularmente feliz, mas no entanto gosto de me lembrar dela...

terça-feira, novembro 15, 2005

Em Morse, não...

Não gosto dos traços da palavra fim-de-semana.

Esclarecimento

Este comunicado da direcção de blogs da Joana, destina-se a todos aqueles que, na sequência da leitura de alguns posts neste blog e do meu recentemente revelado "Para lá do Mundo", resolveram achar que sou uma pessoa deprimida ou triste.

Tenho para mim, e tento ser sempre simplista na construção das minhas opiniões, de que todos temos material para a realização de diferentes argumentos. Todos nós temos um sentido de humor recondito, uma aptidão natural para praticar o bem, para rir, para estar bem. Todos nós temos também um lado obscuro feito de medos, ânsias, fascínios mórbidos, incertezas e muita insegurança. Sendo uma pessoa bastante reflexiva (can't help it), tenho plena noção de que guardo pensamentos capazes de assustar qualquer um.

A questão aqui, é que tento - e acho que vou conseguindo - exteriorizo nas minhas vivências, nas minhas acções, no meu Eu projectado para os outros, o meu lado mais risonho, brincalhão, bem disposto. Quanto ao meu lado mais "lunar" exorciso-o, vivo-o, um pouco através da escrita. Dos blogs, cartas - algumas sem destinatário e, principalmente, dos meus inúmeros cadernos.

Agradeço a vossa atenção.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Incondicional

Adoro poder dizer coisas destas e aparecer gente a desmentir-me...

ok, não sou assim com toda a gente, mas sou assim com algumas pessoas...

A Menina dos Teus Olhos

Ninguém gosta de ouvir a verdade. Mesmo quando a verdade é óbvia e clara para todos, dizê-la, torná-la tão real que passa a caber em palavras, deixa-me sempre encabulada.

Há coisas que sei e que prefiro que não me digam. Assim continuo a fingir que não sei, a agir como se não soubesse que o que faço te magoa. Por isso cala-te. A verdade deixa-me sem graça.

Suspiro...

... o meu alter ego sai do armário...

Mrs. Robinson

...dei comigo a dançar meio valsa, meio salsa, meio tango com um rapaz que insistentemente dizia que era "linda" e que cheirava "lindamente".

Tinha 20 anos....

O resto da noite foi passado em processo de camuflagem e fuga. O que a um sábado no Lux, não é difícil devido à multidão.

Mesmo assim, o puto ia-me apanhando à saída.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Foi da luz. Branca e difusa. Numa corrente intermitente de azuis, amarelos e magentas. Não havia som. Era no silêncio que os minutos se moviam lentamente em direcção ao tempo infinito que não tínhamos. Os gestos eram confusos, nervosos, os teus olhos grandes, quase tão escuros como os meus, mas tinham um brilho verde que me hipnotizava. Falavas e tentava ler nos teus lábios palavras que não queria, que não sabia ouvir. Lembro-me de tentar sorrir e os músculos tremerem com o esforço. Apenas consegui um esgar estranho onde leste o que sentia. Foi um segundo. Menos talvez.

Assustei-me. Foi medo, acho. Talvez tivesse sido perfeito se fosse corajosa. Se não tivesses falado. Mas por um segundo, talvez menos não sei, senti um sopro feliz no rosto. Vi o que poderia ser e seria perfeito. Eu sei que tu sabes. Sei que o lamentas também. As palavras perdem-se e os momentos não. Não adianta a tristeza do fim, quando o começo foi no instante final. Queria que soubesses. Mas preferia que o tivesses sentido e sei que nunca o entendeste. Foi melhor assim. Afinal foi só um segundo. Menos talvez...

Mania de me rir de piadas idiotas...

Deixava eu um comentário aqui sobre o meu vício em dizer "tipo", quando me lembrei de que eu, quando abro a boca "ou entra mosca ou sai tipo".

E tive de me desatar a rir. E agora no escritório acham que eu sou doida...

E que talvez não esteja tão concentrada como devia...

Sobre a Espontaneidade

Passamos a vida obcecados com aquilo que os outros pensam de nós. E construímos a nossa maneira de ser um função do juízo que acreditamos que os outros fazem. Assim, muitos de nós perdem a espontaneidade. Na blogosfera isso é bastante visível. Há pessoas que usam os blogs como forma de autopromoção, tendo em vista determinados objectivos; há também os que usam os blogs para mostrarem aquilo que lhes vai na cabeça e que por norma guardam para si; há os que os usam para dizer aquilo que, por timidez ou qualquer outra razão não dizem, etc, e como tal tendem a mostrar uma imagem pensada e aperfeiçoada de si mesmos.

O que é certo é que os blogs tendem a dizer muito sobre nós, sobre a forma como gostaríamos que o mundo nos visse. Projectamos um eu pensado, pouco espontaneo.

Ora, na última semana tive duas conversas a este propósito, com duas pessoas diferentes. Ambos os senhores confessaram pensar bastante sobre aquilo que escreviam - um deles confessou, inclusivé, pensar bastante sobre tudo o que diz. Julgo, na minha microscópica sapiência, que estes senhores o fazem com medo do julgamento dos outros sobre os seus Egos espontâneos (e talvez mais verdadeiros - ou não).

Eu, pelo contrário, gosto de dizer e escrever exactamente aquilo que me passa pela cabeça, com um mínimo de "censura". Ora, esclareço, não o faço por possuir algum tipo de confiança inabalável - longe de mim ser uma pessoa muito segura. Se o faço, faço-o como sistema de auto-defesa. Prefiro que as pessoas levem com o pior de mim e depois um dia se surpreendam quando vislumbram um raio ínfimo de inteligência - mais do que isso só recorrendo à tecnologia da Nasa - do que saber que desiludi aqueles em quem confio e de quem mais gosto.

Claro que esta forma retorcida de ser se deve, antes de mais, ao facto de eu própria ser mais complacente com pessoas de quem não espero muito, do que com pessoas que me desiludem.

Porque ainda não me esqueci do chato que era fazer destas coisas...

Bora lá ajudar os miúdos...

quinta-feira, novembro 10, 2005

É o que dá ter um Santo amigo dos pássaros...

Eu bem digo que São Jorge com os corvos ainda vai dar asneira...

A Gripe e o Fim do Romantismo

Ouvir pardais a chilrear e pensar FIGAS T'ARRENEGO.

Breaking News

Vanderlei ameaçado devido a tsunami de ranho...

Sol no Metro

Há poucas coisas de que gosto mais que o sorriso de uma criança desdentada...

quarta-feira, novembro 09, 2005

Medricas

Depois do Carpe Diem da Efémera, a nossa juventude sempre corajosa e coerente decidiu não sair de casa por causa da violência dos imigrantes e da gripe das aves.

Haja paciência...

Fucked Up

Este fim de semana tenho de ir trabalhar para o Porto. Alguém me quer vir visitar?

Class of 98

O mail da convocatória, o lanche ou o jantar, catering nosso ou contratado, os contínuos, as instalações, a lista de convidados, quem convida quem, só os finalistas de 98 ou todos os que eram amigos, será que vão gostar da ideia, será que nos lembramos de todos, fazemos crachás com os nomes, será que nos lembramos dos nomes, será que fazemos os crachás com as alcunhas, mas havia alcunhas que eram só nossas, será que estão muito diferentes, será que já estão casados, será que já têm filhos, onde é que estão a trabalhar, será que me vão reconhecer, será que se lembram de mim, será que me vão achar velha e acabada (tenho andado desesperada à procura de rugas na cara), já entrei em abstinência calórica associada a contagem decrescente para o evento, há tanta gente que quero ver, há gente que não me apetece ver, não sou nada do que planeei ser, será que alguém é?, vai ser estranho ver outra vez pessoas que dantes via todos os dias, vai ser bom ver pessoas que via todos os dias, será que ainda jogam matrecos, eu ainda jogo. Acima de tudo, mais importante, mais stressante, mais enervante, a pergunta que se impõe, que me atormenta:

O que é que eu vou vestir?

terça-feira, novembro 08, 2005

Just Keep Swiming...

...já diziam no Nemo...

Estou doente, com uma cara péssima e amanhã vão tirar-me a foto que vai figurar na apresentação da empresa. Não parei de trabalhar a tarde toda, houve dramas, stress e lágrimas (isto é uma empresa quase só de gajas....). Estou com a cabeça longe, não me concentro e já colei a etiqueta de um CD na caixa e não no CD (malditas caixas transparentes).

Mas estou farta de me rir, de fazer palhaçadas. De me rir da minha figura - cada vez que espirro fico eu e uma área de 2 metros ao meu redor cobertos de ranho.

E apetece-me ir para casa, mas ainda há tanto para fazer. E rio-me que nem uma perdida.

Dedicado a todos os que têm a mania que eu ando dreprimida...

Ainda os Fãs...

Depois da animada excursão a Meca dos meus fãs muçulmanos, chega agora a vez dos católicos. Vieram todos a Lisboa para o Congresso da Nova Evangelização e estão alojados no meu corpo. Estes estão em verdadeiro transe por a minha cidade passar a ser patrocinada por Nossa Senhora de Fátima e têm estado concentrados em retiro algures entre a minha garganta e nariz. A afluência tem sido tanta que até o ouvido está entupido. Com tanta fé, os milagres acontecem, e os meus sinos nazais, não tocam, mas incham e doem.

E doi-me o corpo. E a cabeça. E tenho os olhos a picar.

Quero a minha cama...

Piece of me

Cravo as unhas na pele das mãos, tentando ferir-me achando conforto e prazer nesta dor preversa. Não quero chorar. Não posso chorar. Seria ridículo.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Tenho para mim...

... que ele não se matou por lamentar não ter conhecido o amor. Suicidou-se porque desistiu de conhecer o amor...

Go Natural

Gosto de almoçar no Go Natural. Estou viciada no iogurte de maçã com canela e as sopas são sempre óptimas.

Mas a opção de hoje de comer sopa com caril - que estava óptima, diga-se - deixou-me a arrotar "à la Apu" a tarde toda...

E não estou muito bem disposta...

Good Friends & New Friends

Sábado: há poucas coisas melhores do que passar o dia na galhofa com pessoas que adoramos e conhecemos de gingeira: sempre a rir, com muitos gestos à mistura. Poucas ressacas sabem tão bem como aquelas em que saltamos da cama em dois segundos para ir para um almoço que se prolonga pela tarde toda.

Domingo: há poucas coisas melhores do que ficar na ronha de pijama o dia inteiro. Depois já noite cerrada ir tomar um café, rir que nem uma perdida e ir jantar com novos amigos. Depois de jantar, à laia de digestivo, fizemos a carta astral. Acabou por ser uma espécie de terapia de grupo, assaz agradável e produtiva, em que fiquei a conhecer pessoas novas, a conhecer melhor pessoas que já conheço há um certo tempo e, claro, sistematizei parte do conhecimento que tenho de mim mesma.

Just Perfect

Ontem, tomava café com um amigo no Café di Roma de Campo de Ourique, quando um senhor, já de provecta idade vai de encontro à porta de vidro do referido estabelecimento. O engraçado é que vi tudo e consegui antecipar aquilo que ia acontecer. Ele vinha devagar, não tanto por causa da idade, mas sobretudo porque pareceu-me estar ligeiramente tocado. E fiquei sempre à espera que no último instante ele conseguisse travar, que ele visse o vidro. Isto foi tudo quase em câmara lenta, daí que me foi possível ver o nariz do senhor contorcer-se contra o vidro e a cabeçada do senhor na porta.

Fiquei horas a rir-me. Até porque o nariz do homem ficou, como dizer, tatuado na porta - o que preveniu que a mesma coisa acontecesse com outras pessoas.

Enfim, foi uma forma de me vingar (rindo-me) de uma cabeçada monumental que mandei uma vez contra a porta do D&D e de todas as vezes em que a porta da Barata não se abre suficientemente depressa para eu passar.

Sobre o meu Mundo

É verdade que sou egocêntrica. Que tenho o meu mundo, as minhas coisas e o resto não me interessa absolutamente nada. Tudo o que esteja para lá das fronteiras da esfera da minha existência é, para mim, totalmente irrelevante. Não que não me interesse por coisas que se passam do outro lado do mundo, mas apenas como suporte para exercitar o meu raciocínio, emitir opiniões e (esta é, sem dúvida, a minha parte favorita) discutir apaixonadamente esses mesmos assuntos. Acho divertido ouvir histórias sobre outras pessoas e ir, lentamente, construindo uma opinião sobre elas. Adoro a construção de retratos psicológicos e estou-me absolutamente nas tintas se eles correspondem à realidade ou não. Sei que acerto muitas vezes, sei que consigo dizer aquilo que a maioria gosta de ouvir - a palavra amiga, a crítica construtiva, o conselho útil. Preocupo-me muito com isso? Não. É apenas mais um exercício que me diverte, que me afaga o ego, que me faz, momentaneamente, sentir melhor como pessoa - obviamente aqui melhor, não é no sentido ético, mas no sentido de farsante, tipo mais esperta que os outros. E que me rende alguns elogios - ah e tal és uma boa amiga, etc.

Ora, não se pense que isto é pêra doce. Pois há pessoas que acham que me preocupo verdadeiramente com elas. Que chegam a pensar que sou a única pessoa que se preocupa com elas. E quanto mais elas se agarram à minha pessoa, mais presa eu me sinto, menos vontade eu tenho de estar com elas, mais desprezo sinto. Mas, e porque na maioria dos casos tratam-se de pessoas com um ego abaixo da linha de água, continuo a fazer o papel da boa amiga. E se há coisa de que ninguém me pode acusar é de ser má actriz. Mas enquanto represento, vou-me sentindo sufocar, vou ficando enjoada a sua presença abusiva na minha vida. Então, ao primeiro vislumbre de distracção, desapareço.

Sei que isto não é nada simpático. Mas sou dada a estas coisas de extremos e, de facto, há alturas em que a bem da minha saúde mental, tenho de me afastar destes "sugadores" da minha personalidade. É uma questão de sobrevivência. O mal é que, ao cortar o mal pela raiz, acabo por cortar relações que gostaria de manter a um nível menos intenso - ninguém aceita muito bem uma despromoção. Tipo em vez de falar todos os dias, tomávamos café uma vez por mês. Nunca ninguém aceita isto muito bem. A princípio ainda fazem algum drama - nem oiço os argumentos, é como se só ouvisse o som de unhas num quadro de ardósia - o que normalmente exponencia a velocidade a que desapareço.

Enfim, se falo nisto hoje é porque, recentemente, celebrou-se uma data que, tivera eu outro feitiozito e tê-la-ia celebrado com alguma alegria. Mas, sendo como sou, resolvi não o fazer. Engoli a (pouca) saudade e fiquei quieta, não fosse começar tudo de novo...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Circulo fechado

Ontem, antes de dormir, estive a ver episódios de Friends. Num deles a Monica contava que tinha visto o bêbedo vomitar e um pombo a comer o vomitado.

Hoje a ir para o Metro vi um pombo a tomar o mesmo pequeno almoço.

A isto chamo "não começar bem o dia".

Às vezes parece que não faço outra coisa...

Eu vou...

quinta-feira, novembro 03, 2005

Sobre a Efémera

Estou farta de ler blogs a louvarem a filosofia da efémera, o bichinho da Vodafone. Ah e tal, assim é que deviamos viver a vida, só diversão...

Devo estar a ficar velha e se calhar cada vez mais cínica. Acho de facto genial o anúncio da Vodafone. Claro que se morresse amanhã, hoje era só ramboia, jogar ténis com folhitas verdes e engatar bicharocos no meio do mato. Mas - helás, le problem (pardonnez-moi mon français) - amanhã estou cá - a menos que algo muito estranho me aconteça durante a noite (e todos sabemos como o café das pipocas é um lugar perigoso). E se hoje passasse o dia a jogar ténis, amanhã doia-me o corpo, voltava-me o calo do ténis à palma da mão (tb volta com os matrecos, aliás, a bem da verdade é mais um calo ténis-matreco). E se hoje engatasse um bicharoco, amanhã tinha também de o aturar, de conhecer pais, amigos, família, etc.

Acho maravilhoso como todos brilham com frases como "assim devemos aproveitar a vida", "go go have fun", "don't think about tomorrow", deviamos ser como a efémera. Há dois mil anos que nos impingem a cena do Carpe Diem. A nossa geração, então, adora. Claro, é um óptimo pretexto para não fazer nenhum. Mas o melhor, a parte que a mim me diverte em particular, é que anda tudo na desbunda, tudo na noite, tudo com os copos, tudo no engate fácil, é tudo ignorante, é tudo rebelde e tudo infeliz.

Lá está, é que a manhã seguinte é uma coisa lixada.

Ordem na Barraca!

Aos que fritaram com o post abaixo:

Sou, por norma, dada a sonhos esquisitos. Julgo que tal se deve à minha infinita imaginação. A maior parte deles é de facto de difícil tradução. O sonho descrito no post abaixo pareceu-me perfeitamente claro - o que no meu caso é sempre um alívio, pois não fico dias a tentar decifrar o que é que se passa no meu inconsciente.

Não costumo pôr todos os meus sonhos neste blog. Não faria sentido e ao fim de uns dias seria aborrecido. Que tenho problemas em assumir-me como adulta, que me custa pensar que não sou a mesma que a minha mãe conheceu, não é novidade. Que eu tivesse de relógio é estranho. Isso sim...

Os meus sonhos estranhos arrumam-se em duas categorias: os que levantam problemas e os que os arrumam. Este arrumou uma questão que nas últimas semanas e por motivos vários tem estado na agenda dos meus pensamentos. Finito, move on.

Midfall night's dream

Eu estava morta. Mas estava lá, aborrecida. Não estava contrariada com a minha situação, só aborrecida por ter de ficar ali a assistir à missa. Confesso que várias vezes imaginei como seria quando eu morresse - o pessoal todo a chorar inconsolável, uma autêntica romaria de gente que não poderia viver sem mim. Mas ali não.

Estava tudo, simplesmente, aborrecido.

O padre debitava as banalidades que os padres debitam nestas alturas e eu lia nas mentes dos assistentes que estavam ali por obrigação. Por uma imposição social. Eu estava sentada no altar, mas ninguém me via, nem recebi qualquer indicação "superior" para não o fazer. Ia olhando para o relógio - sim, eu tinha relógio - e perguntava-me quando me viriam buscar. Agoniava-me o cheiro das flores - outra imposição social (também não percebia como é que eu, em espírito apenas, enjoava...).

Não veio ninguém buscar-me. Mas dei por mim junto ao que parecia um guiché de uma repartição pública. Uma senhora com uma mise que tresandava a laca, explicava-me, com alguma falta de paciência, que aquele não era o meu balcão. E eu dizia "ah e tal, deve haver algum engano, porque a minha Mãe e o meu Avô estão à minha espera". Então a senhora levantou-se e abriu uma porta que dava para um laboratório, onde estava a minha Mãe com uma bata branca. Então comecei a ficar um pouco à rasca, meio tímida, sem saber o que dizer. Ela levantou os olhos de um papel e disse "sim?". A senhora respondeu "tá aqui esta menina. diz que é sua filha". Ela olhou para mim e riu-se. " Não, a Joana está lá fora" e apontou para a janela.
Do lado de fora estava, de facto, alguém parecido comigo - com o cabelo mais curto, com umas jardineiras com riscas azuis e laranjas, de costas.

Já verdadeiramente nervosa tento dizer "não, Mãe, a Joana sou eu"... Então ela olhou para mim, com um olhar estranho e respondeu "não, a Joana está ali, ela veio connosco". Corri para a janela e tentei ver a cara da impostora. A senhora do guichet queria que eu saísse do laboratório. Eu bati com as mãos no vidro e chamei por ela (por mim?). E nada, a senhora puxava-me, ela desapareceu, eu gritava e batia no vidro.

Depois acordei, ainda agoniada com o cheiro das flores.

Nerd

Tive um pesadelo e não conseguia voltar a dormir. Resolvi ler. Tirei ao acaso um dos livros que tenho empilhados na mesa de cabeceira. Calhou ser um livro sobre paradoxos matemáticos - adoro paradoxos de uma forma geral, são a parte cinzenta da vida, nem oito, nem oitenta e não há lógica em contrário....

Ora comecei a ler um capítulo sobre os conjuntos infinitos e as suas diversas escalas (álefe nulo, álefe um, álefe dois, etc.). Conforme vou lendo vou ficando entusiasmada. Com o entusiasmo o sono vai-se de todo.

Eram 4 da manhã ainda estava acordada. Hoje foi uma desgraça para me conseguir levantar.

Acho que no fundo sou totalmente nerd...

5 Palavras que não gosto de ouvir quando estou atrasada

" A Linha Amarela está fechada "

 
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